Roman Abramovich envolvido na mediação da crise a pedido de Kiev
Ucrânia
28 de fev. de 2022, 16:42
— Lusa/AO Online
“Posso
confirmar que Roman Abramovich foi contactado pelo lado ucraniano para
apoio na obtenção de uma resolução pacífica, e que tem tentado ajudar
desde então”, disse a porta-voz, citada pela televisão Al Jazeera.A
porta-voz recusou-se a comentar a guerra entre a Rússia e a Ucrânia,
bem como o envolvimento de Abramovich, “considerando o que está em
jogo”.O envolvimento de Abramovich na
mediação do conflito foi inicialmente noticiado pelo jornal britânico
Jewish News, que disse que as autoridades ucranianas tinham contactado o
empresário russo através dos seus contactos judeus na Ucrânia.O Presidente da Ucrânia é filho de judeus e tem familiares que morreram no Holocausto, segundo a imprensa israelita.Roman
Abramovich naturalizou-se português em abril de 2021, por ser
descendente de judeus sefarditas expulsos de Portugal no século XV.O
realizador cinematográfico ucraniano Alexander Rodnyansky disse que
Abramovich foi o único a responder aos pedidos da Ucrânia. “Posso
confirmar que o lado ucraniano tem tentado encontrar alguém na Rússia
disposto a ajudá-los a negociar a paz. Eles têm uma relação com ele
através da comunidade judaica e pediram-lhe ajuda”, disse Rodnyansky,
citado pela agência espanhola EFE.“Embora a influência de Abramovich seja limitada, ele é o único que respondeu aos seus pedidos de ajuda”, acrescentou.Abramovich
anunciou no fim de semana que ia deixar a administração do Chelsea nas
mãos da fundação do clube, devido ao atual impasse do Reino Unido com a
Rússia.Alguns meios de comunicação de
Israel, país que atribuiu um passaporte a Abramovich, avançaram que o
bilionário russo está presente nas conversações de paz entre a Rússia e a
Ucrânia na Bielorrússia, mas a informação ainda não foi confirmada.As
conversações realizam-se no quinto dia de combates na Ucrânia, que foi
novamente invadida pela Rússia, depois de ter perdido a península da
Crimeia para Moscovo em 2014.A ofensiva russa provocou já centenas de mortos e meio milhão de refugiados.O
ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, com
muitos países e a União Europeia (UE) a imporem sanções económicas
duras contra interesses russos, incluindo nos setores da banca e da
aviação.