"Ritmo de vacinação é razão para otimismo mas não para acomodação"
Covid-19
15 de jun. de 2021, 11:49
— Lusa/AO Online
Intervindo na última
reunião de ministros da Saúde sob presidência portuguesa, que a ministra
Marta Temido dirige no Luxemburgo, e a primeira realizada
presencialmente desde março de 2020, a comissária europeia da tutela,
Stella Kyriakides, congratulou-se com a “ação decisiva para impulsionar
as campanhas de vacinação em massa em toda a UE, que estão a reduzir
acentuadamente o número de casos e mortes” resultantes da pandemia.“Estas são razões de otimismo, mas não de complacência”, avisou a responsável.E
numa altura em que a UE dispõe de um portefólio de até 4,4 mil milhões
de doses de vacinas, incluindo a possibilidade de futuras entregas de
vacinas adaptadas às variantes, a comissária europeia vincou que, tendo
em conta as entregas previstas, o espaço comunitário está “a caminho de
ter doses suficientes disponíveis para cobrir 70% da população adulta da
europeia até ao final de julho”.“Este é o
objetivo para o qual estamos a trabalhar, mas mesmo quando atingirmos
70%, não será tempo de declarar vitória”, insistiu Stella Kyriakides,
argumentando que “a ameaça de variantes existentes e novas,
possivelmente mais transmissíveis e gradualmente mais resistentes às
vacinas, continua a ser muito real e grave”.“Contrariar isto é o nosso principal desafio futuro”, salientou a responsável.A
comissária europeia pediu, por isso, aos países que trabalhem em
“estratégias de outono e inverno para evitar um aumento dos casos” nessa
altura do ano, focando-se também em “acelerar a vacinação, aumentar a
confiança na vacina e minimizar a propagação de variantes”.“Vacinar, vacinar, vacinar deve ser o nosso mantra”, exortou.Stella
Kyriakides alertou que “ainda não é altura de deitar fora as máscaras,
deixar os desinfetantes de mãos em casa ou deixar de cumprir o
distanciamento social”, apontando que este tipo de medidas “continuarão a
desempenhar um papel importante ainda durante algum tempo”.“Temos
de ser transparentes, claros e honestos a este respeito”, concluiu,
reforçando que “não é tempo de relaxar porque [a UE] ainda não está fora
de perigo”.Atualmente, estão aprovadas
quatro vacinas anticovid-19 na UE: a Comirnaty (nome comercial da vacina
Pfizer/BioNTech), Moderna, Vaxzevria (novo nome do fármaco da
AstraZeneca) e Janssen (grupo Johnson & Johnson).Além
dos constantes atrasos na entrega das vacinas e em quantidades aquém
das contratualizadas por parte da farmacêutica AstraZeneca, a campanha
de vacinação da UE tem sido marcada por casos raros de efeitos
secundários como coágulos sanguíneos após toma deste fármaco, relação
confirmada pelo regulador europeu, como também aconteceu com a vacina da
Johnson & Johnson.A ferramenta
‘online’ do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC)
para rastrear a vacinação da UE, que tem por base as notificações dos
Estados-membros, revela que até ao momento uma média de 27,3% da
população adulta da UE já foi inoculada com duas doses de vacina contra a
covid-19, enquanto cerca de 52,1% recebeu a primeira dose.Em
termos absolutos, isto equivale a 285 milhões de doses de vacinas
administradas de 331 milhões de doses recebidas, dados estes que podem
ainda estar a ser atualizados à medida que as notificações dos países
chegam ao ECDC.