As mulheres continuam a ser mais afetadas pela insuficiência de
recursos, com um risco de pobreza de 18,7% face a 17,8% para os homens,
salientam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).De
acordo com os dados, a taxa de risco de pobreza baixou 0,7 pontos
percentuais em relação a 2015, ano em que a taxa se situava nos 19%.
Em 2016, a taxa de risco de pobreza correspondia à proporção de
habitantes com rendimentos monetários líquidos (por adulto equivalente)
inferiores a 5.442 euros anuais (454 euros por mês), refere o inquérito
do Instituto Nacional de Estatística (INE) realizado em 2017 sobre
rendimentos do ano anterior.
Os dados destacam que a redução do risco de pobreza entre 2015 e 2016
abrangeu em especial os menores de 18 anos, baixando de 22,4% para
20,7% em 2016, e a população idosa de 18,3% para 17%. Na população adulta em idade ativa, esta taxa “reduziu-se ligeiramente, de 18,2% em 2015 para 18,1% em 2016”.Segundo
o inquérito, a existência de crianças num agregado familiar continua a
estar associada a um risco de pobreza acrescido, sendo de 19,7% para as
famílias com crianças dependentes e de 16,9% para as famílias sem
crianças dependentes. Em
2016, as famílias com dois adultos e três ou mais crianças dependentes,
e as famílias com um adulto e pelo menos uma criança dependente,
continuavam a ser as mais atingidas pelo risco de pobreza (41,4% e
33,1%, respetivamente).Por
outro lado, o risco de pobreza para a população empregada foi de 10,8%
em 2016, menos 0,1 pontos percentuais do que em 2015 (10,9%).“Apesar
da redução de 11,4% na população desempregada entre 2015 e 2016, o
aumento da linha de pobreza relativa refletiu-se num aumento do risco de
pobreza para a população em situação de desemprego no mesmo período: de
42% em 2015 para 44,8% em 2016”, sublinhou o estudo.O
INE salienta que se apenas se considerasse os rendimentos do trabalho,
de capital e transferências privadas, 45,2% da população residente em
Portugal estaria em risco de pobreza em 2016. De
acordo o estudo, os rendimentos provenientes de pensões de reforma e
sobrevivência contribuíram em 2016 para um decréscimo de 21,6 pontos do
risco de pobreza, resultando assim numa taxa de risco de pobreza após
pensões e antes de transferências sociais de 23,6%.Já
o contributo das transferências sociais, relacionadas com a doença e
incapacidade, família, desemprego e inclusão social para a redução do
risco de pobreza foi de 5,3 pontos percentuais em 2016, inferior ao
valor observado em 2015.O
valor reduziu ligeiramente a desigualdade na distribuição dos
rendimentos: o coeficiente de Gini (indicador de desigualdade na
distribuição do rendimento) diminuiu de 33,9% em 2015 para 33,5% em
2016.