Risco da variante Ómicron mantém-se "muito elevado"
Covid 19
29 de dez. de 2021, 09:26
— Lusa/AO Online
“O risco glocal
ligado à nova variante preocupante Ómicron continua muito elevado”,
alerta a OMS no boletim epidemiológico semanal.Aquele
organismo salienta que “provas fiáveis demonstram que a variante
Ómicron tem uma vantagem de crescimento em relação à variante Delta, com
um ritmo de duplicação de dois a três dias”. A OMS refere ainda que
“observa-se um crescimento rápido da incidência de casos em vários
países”.A
covid-19 provocou mais de 5,40 milhões de mortes em todo o mundo desde o
início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência
France-Presse.Em
Portugal, desde março de 2020, morreram 18.909 pessoas e foram
contabilizados 1.303.291 casos de infeção, segundo dados da
Direção-Geral da Saúde.A
doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado
no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com
variantes identificadas em vários países.A
variante Ómicron, considerada preocupante pela OMS, foi detetada na
África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas
deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo
menos 110 países, sendo dominante em Portugal. Em
Portugal, a Ómicron atingiu uma proporção estimada de 75% na
segunda-feira, segundo um relatório do Instituto Nacional de Saúde
Doutor Ricardo Jorge (INSA), divulgado na terça-feira.O
relatório sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal indica
que houve um “crescimento exponencial” de casos prováveis da variante
Ómicron, ao mesmo tempo que houve uma redução de circulação da variante
Delta.Os
dados indicam que a variante Ómicron é dominante em Portugal (mais de
50% dos casos) e que, segundo o INSA, este “aumento abrupto de
circulação comunitária tem paralelismo com o cenário observado em outros
países como, por exemplo, a Dinamarca e o Reino Unido”.O
relatório, realizado pelo Núcleo de Bioinformática do Departamento de
Doenças Infecciosas do INSA, refere que até hoje foram analisadas 24.198
sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas a partir de amostras
colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições,
representando 303 concelhos de Portugal.Têm
sido analisadas uma média de 533 sequências por semana desde o início
de junho de 2021, provenientes de amostras colhidas aleatoriamente em
laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e
pelas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo uma média de
129 concelhos por semana.Na
semana 50, de 13 a 19 de dezembro, a variante de preocupação Ómicron
registava uma frequência relativa provisória de 10,1% (dados apurados
até 14 de dezembro).“De
acordo com as estimativas obtidas com base na estratégia de
monitorização em tempo-real da ‘falha’ na deteção do gene S, desde o dia
6 de dezembro tem-se verificado um crescimento exponencial na proporção
de casos prováveis da variante Ómicron, tendo atingido uma proporção
estimada de 75% no dia 27 de dezembro”, diz o INSA no relatório.