Rio queria continuidade de Caldeira no TdC mas tem opinião positiva de José Tavares
8 de out. de 2020, 14:54
— Lusa/AO Online
“Se dependesse de mim, acho que o
doutor Vítor Caldeira deveria continuar. Fez um bom trabalho, é uma
pessoa sensata, uma pessoa competente, tem um grande currículo. Foi
presidente do próprio Tribunal de Contas europeu e, na minha opinião,
devia continuar”, afirmou Rio, questionado pela agência Lusa.O
líder social-democrata falava na Horta, na ilha açoriana do Faial, após
uma visita à marina da cidade no âmbito das eleições regionais de 25 de
outubro.O presidente do PSD confirmou que
lhe foi solicitada a “opinião” sobre dois nomes para a presidência do
Tribunal de Contas e que, perante as duas pessoas, escolheu José
Tavares, que viria a ser nomeado presidente instituição.“Perguntaram-me
a minha opinião sobre duas pessoas que tinham em mente que pudessem
ocupar o lugar, e eu efetivamente tenho uma opinião muito positiva sobre
o doutor José Tavares que eu conheço há mais de 15 anos”, declarou.Rio considerou o novo presidente do TdC uma pessoa “disponível, equilibrada e sensata”.Questionado
pelos jornalistas, Rui Rio não quis revelar quem era o outro nome
sugerido e salientou que não iria criticar alguém sobre a qual tem a
“melhor opinião” por “razões de ordem tática”, referindo-se a José
Tavares.“Se por razões de ordem tática e
por razões de ordem política neste momento eu precisasse de criticar ou
desqualificar alguém que eu considero, então estão muito enganados
porque não me conhecem. Há parâmetros éticos que eu não piso”, apontou.Sobre o inquérito a José Tavares no âmbito da investigação às PPP, Rui Rio disse não ter informação suficiente para comentar.“Não
lhe sei explicar exatamente o que se passou, li ontem no jornal, até
ontem não conhecia. Não sei. Tenho uma interpretação, mas como tenho
muito pouca informação não lhe vou dar essa informação sequer”,
questionado sobre se a polémica minaria a credibilidade do novo
presidente.O novo presidente do TdC, José
Fernandes Farinha Tavares, foi entre 1995 e fevereiro deste ano
diretor-geral da instituição e chefe de gabinete do presidente cessante,
estando ligado àquele tribunal há 34 anos.José
Tavares tomou quarta-feira posse como presidente do TdC após ter sido
nomeado na terça-feira à noite pelo Presidente da República por proposta
do primeiro-ministro, António Costa, que decidiu pela não recondução de
Vítor Caldeira no cargo, alegando ter fixado com Marcelo Rebelo de
Sousa a não renovação dos mandatos como princípio nas nomeações para
cargos de natureza judicial.Na ocasião, o
Presidente da República disse que a concordância do PSD "foi muito
importante na decisão presidencial" de nomear José Tavares, sublinhando
que a "escolha foi intencional".