Rio quer participação popular alargada para transformar PSD “por dentro”
3 de jul. de 2021, 18:20
— Lusa /AO Online
Intervindo, na Figueira da Foz, na sessão de abertura do 1º fórum do Conselho Estratégico de Coimbra do PSD, o líder social-democrata defendeu um modelo que preconiza “aumentar a participação política dos portugueses”, militantes do PSD ou independentes, para conseguir “uma transformação no modo de funcionamento dos partidos políticos”.O modelo defendido por Rui Rio parte do Conselho Estratégico Nacional (CEN) do PSD - organismo que inclui 15 secções em áreas como a saúde, educação, economia, defesa nacional ou negócios estrangeiros, entre outras – e que inclui um gabinete de estudos que quer “estar em funcionamento pleno, produzindo ideias para alimentar a politica quotidiana do partido e depois, mais à frente, sendo necessário, o programa eleitoral”.Um segundo objetivo desse modelo, que classificou de “muito relevante”, é a “disseminação territorial” do CEN, ou seja, que os cerca de 50 participantes na estrutura central se multipliquem em “centenas, preferencialmente milhares de pessoas, pelo país fora”.“Se nós conseguimos que, à escala distrital, o Conselho Estratégico Nacional tenha muitos participantes, militantes e independentes, estamos a pôr a atividade partidária, distrito a distrito, em torno de ideias, em torno daquilo que a cada um mais interessa”, argumentou o líder social-democrata.“E isso é obviamente muito melhor, e eu já estou a ser suave ao dizer ‘muito melhor’, do que aquela vida partidária que nós conhecemos de andar a pagar quotas uns aos outros, procurar ver se este vota naquilo e outro vota noutro ou zangarem-se todos por causa de lugares que nem sabem, às vezes, para quer que querem ir para esses mesmos lugares”, ilustrou.Para Rui Rio, uma “marca forte” da vida partidária atual é a sua degradação.“E daí, também, o afastamento dos portugueses relativamente aos partidos políticos, que são absolutamente indispensáveis no regime em que vivemos”, disse.Deste modo, Rui Rio quer chamar à participação pública, política e partidária “pessoas que estão afastadas e que vêm ajudar a credibilizar e arranjar uma outra dinâmica” ao PSD.“Confiro uma importância enorme ao Conselho Estratégico Nacional, seja pelo lado da construção das melhores ideias, e as melhores ideias constroem-se com muita gente, não é com pouca gente. Penso que para o país é muito importante que um partido como o PSD tenha um programa muito sustentado e apoiado, com base numa participação muito alargada”, aduziu.“E por outro lado, essa participação alargada significa, ela própria, uma nova forma de um partido político fazer política”, enfatizou.Caso o modelo defendido pela direção social-democrata tenha êxito, Rui Rio não tem “a mínima dúvida” de que outros partidos (designadamente o PS), não terão “outro remédio que não seja copiar o modelo ou fazer um modelo parecido com este”.“Porque não é sustentável haver um partido a nível nacional que possa funcionar desta forma e todos os outros se manterem naquilo que é o patamar atual que hoje se conhece”, sustentou.Na sua intervenção, Rio lembrou que “uma das razões” pela qual se decidiu candidatar à liderança do PSD foi precisamente para “procurar transformar a forma como os partidos funcionam em Portugal”.“Neste caso o meu, não tenho nada a ver com os outros”, rematou.