Rio diz ter ajudado na unidade do PSD, Costa recusa "imiscuir-se" na formação de Governo
Eleições/Madeira
23 de set. de 2019, 11:16
— Lusa/AO Online
No
segundo e último frente a frente entre os líderes do PSD e do PS,
organizado pelas rádios Antena 1, Rádio Renascença e TSF, as eleições
regionais de domingo – que o PSD venceu, mas pela primeira vez sem
maioria absoluta – foram o primeiro tema do debate, com Rio a ser
questionado se se tratou de uma “meia vitória ou meia derrota”.“Eu
acho que é uma vitória. Obviamente que até aqui foram todas com maioria
absoluta, é uma vitória mais pequena que as outras”, afirmou o
presidente do PSD, realçando que o feito de um partido vencer em 43 anos
todas as eleições nacionais na Região Autónoma “é praticamente
impossível de igualar”. Por seu lado, o
secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, reconheceu
que, apesar de os socialistas terem tido “um resultado histórico” na
região, a derrota na Madeira “é algo frustrante”.“Ficámos a cinco mil votos, ficámos quase, quase lá”, afirmou.Questionado
se entende que, apesar de PSD e CDS na Madeira formarem maioria
absoluta, ainda é possível na região algum tipo de coligação que envolva
o PS, António Costa remeteu essa matéria para os partidos da região.“Respeito
inteiramente a autonomia do PS-Madeira, não me vê imiscuído na formação
do Governo (…) A solução própria de Governo Regional será encontrada no
âmbito da autonomia regional, presumo que no PSD se passe exatamente a
mesma coisa”, defendeu.O líder do PSD foi
questionado no debate das rádios se se sente corresponsável pelo
resultado e respondeu afirmativamente: “Dei alguma ajuda,
particularmente na unidade do PSD-Madeira, que acho que foi
fundamental”.“O dr. Alberto João Jardim
também colaborou, também ajudou. Se não tivesse acontecido, seria mais
difícil”, afirmou, desvalorizando que o ex-presidente do Governo
Regional da Madeira tenha, no final da noite eleitoral, considerado que a
perda da maioria absoluta do PSD é o resultado dos dois primeiros anos
"desastrosos" da governação de Miguel Albuquerque.“Até
ao dia das eleições colaborou, ajudou, é uma figura muito carismática”,
afirmou Rio, considerando que é sempre “dificílimo” suceder a líderes
fortes, como Alberto João Jardim.Nas
eleições disputadas no domingo na Madeira, o PSD venceu com 39,42% dos
votos, mas perdeu, pela primeira vez, a maioria absoluta, elegendo 21
dos 47 deputados. Em 2015, os sociais-democratas tinham segurado a
maioria apenas por um deputado, conquistando 24 mandatos e 44,36%.O
PS obteve 35,76% e elegeu 19 deputados, enquanto o CDS-PP, com 5,76%
dos votos e três deputados, foi a terceira força política mais votada,
seguido pelo JPP, com 5,47% e também três parlamentares. A CDU
conquistou um lugar, com 1,80% dos votos.PSD
e CDS-PP elegeram assim 24 dos 47 parlamentares da Assembleia
Legislativa da Madeira. PS, JPP e CDU juntos têm apenas 23 lugares.