Rio Ave eficaz ‘desafia’ história com vitória sobre o FC Porto

O Rio Ave surpreendeu hoje o FC Porto, com uma vitória por 3-1, em partida da quarta jornada da I Liga portuguesa de futebol, que os vila-condenses resolveram ainda na primeira parte, repetindo um feito com 18 anos.


Autor: Lusa /AO Online

Com um ‘bis’ de Aziz, assinado aos 22 e 43 minutos, e um tento Pedro Amaral, as 33, a que o FC Porto ainda respondeu com o tento de honra apontado por Toni Martínez, já nos descontos, aos 90+3, a equipa da foz do Ave conseguiu o seu terceiro triunfo no longo historial de 67 jogos frente ‘dragões’, sendo que o último êxito tinha sido conquistado, também em casa, em 2004.

Neste jogo, os vila-condenses fizeram da eficácia a sua maior arma, marcando três golos em cinco remates na etapa inicial, e conseguindo o primeiro triunfo no campeonato, que lhe rende agora quatro pontos e a subida ao 14.º lugar da classificação.

Já os ‘azuis brancos’, que tiveram um primeiro tempo desastrado, e uma segunda metade de desperdício, nomeadamente com um penálti de Taremi aos ‘ferros’, encaixaram o primeiro desaire da temporada, e caíram para o terceiro lugar da I Liga, com nove pontos, os mesmos que Portimonense e Benfica, embora as ‘águias’ com menos um jogo, e a um ponto do novo líder Sporting de Braga.

O Rio Ave, que na jornada passada tinha conquistado o primeiro ponto da época, no duelo com o Estoril Praia, apresentou-se para este desafio com apenas uma alteração na equipa titular, com Amine a entrar no lugar de Vítor Gomes.

Essa estabilidade encaminhou a formação da foz do Ave para uma entrada atrevida no desafio, com o jovem Fábio Ronaldo a mostrar irreverência, e logo no primeiro minuto a alvejar a baliza portista.

O FC Porto, que repetiu os mesmos titulares da vitória (3-0) no clássico com Sporting, com Taremi a recuperar de lesão, demorou um pouco a estancar a inicial audácia dos locais, e tentou responder, logo depois, com um remate de Evanilson.

Nesta fase inicial, os ‘dragões’ até avolumaram a presença na área do Rio Ave, tentando esticar o jogo, e povoando a frente de ataque, mas sentiam dificuldades na altura da finalização, muito por culpa de uma coesa cortina defensiva dos vila-condenses com cinco elementos.

Respaldados por essa solidez na defesa, os comandados de Luís Freire começaram a investir nos contra-ataques e aos 22 minutos desenharam uma jogada tão simples, como eficaz, que resultou no golo inaugural.

Costinha descobriu Fábio Ronaldo sem adversários por perto, e o jovem extremo soltou rápido para Aziz, que, no frente a frente, com Diogo Costa teve suficiente frieza para assinar o 1-0.

O tento do conjunto da foz do Ave pesou animicamente nos ‘azuis e brancos’, que tentaram responder, mas quase sempre de forma ‘atabalhoada’.

Evanilson, já perto da meia hora, ainda chegou a introduzir a bola na baliza vila-condense, num lance anulado por fora de jogo do brasileiro.

A resposta dos locais foi letal, e novamente em contra-ataque, com Aziz, aos 33 minutos, a assumir-se como o protagonista do jogo, tirando com classe Marcano do caminho e servido Pedro Amaral, que, com parca oposição, desviou para o 2-0.

Este segundo golo expôs um FC Porto a jogar apenas com coração, tanto nas manobras ofensivas, como na defesa, onde nova fissura se abriu, já perto do intervalo, para o surpreendente terceiro golo do insaciável Rio Ave.

Desta feita, os papéis inverteram-se, sendo Pedro Amaral a ludibriar o defesa portista João Mário, e servir Aziz, que, com um belo cabeceamento, assinou o 3-0 com que se chegou ao intervalo.

A insatisfação do técnico portista, Sérgio Conceição no tempo de descanso, foi logo corporizada com três alterações no reatamento, promovendo as entradas de Galeno, Gabriel Veron e Toni Martínez, para os lugares de João Mário, Evanilson e Bruno Costa.

A mexida teve efeito práticos na postura da equipa ‘azul e branca’, que surgiu com bem mais embalo ofensivo, mas numa pressão que tardava em dar efeitos práticos, porque o Rio Ave fechava-se com um bloco baixo.

Aos 62 minutos, surgiu o primeiro deslize da equipa da casa, com Costinha a desviar com o braço um cruzamento de Galeno, num lance que, após análise das imagens do videoárbitro (VAR), foi sancionado com grande penalidade.

No entanto, a noite de pouco acerto do FC Porto foi mais uma vez evidenciada, desta feita por Taremi, que, na cobrança do castigo, desperdiçou a oportunidade atirando aos ferros da baliza vila-condense.

O esbanjar do iraniano encheu de confiança os donos do terreno na missão de segurar o resultado, numa tarefa facilitada pela inconsequente pressão dos visitantes, que tiveram num ‘tiro’ de Toni Martínez, para boa defesa de Jhonatan, uma das melhores oportunidades.

Os nervosos ‘dragões’ ainda tentaram o tudo por tudo na parte final, abdicando do central Marcano para estreia de André Franco, e depois de várias tentativas chegaram o golo de honra, num desvio Toni Martinéz, após cruzamento de Pepe.

Os portistas, mesmo com tempo escasso, ainda acreditaram em algo mais, mas ora pela falta de pontaria, ora pelas intervenções do guarda-redes contrário, já não conseguiram mexer no 3-1 final.