Rio admite acordo parlamentar com PS para pelo menos meia legislatura
Legislativas
15 de nov. de 2021, 11:34
— Lusa/AO Online
Em entrevista à
Antena 1, Rui Rio afirmou que abdica de formar Governo se para tal for
necessário incluir o Chega no executivo, disse ser, a título pessoal,
“tendencialmente” a favor de uma coligação pré-eleitoral com o CDS-PP e
já admitiu manter-se à frente do PSD em caso de derrota nas
legislativas.Questionado sobre os vários
cenários de governabilidade, Rio começou por colocar o da vitória do
PSD, reiterando que a primeira opção seria dialogar com CDS-PP e IL, se
tal permitir maioria no parlamento.Se tal
não for possível, defendeu que o PS, “ao contrário do que aconteceu
nesta legislatura, devia estar disponível para negociar no sentido de
viabilizar um Governo do PSD”, que teria de ser negociado, num
entendimento que Rio gostaria que passasse por “reformas de fundo para o
país”.“Admito que possa ser complicado
fazer um acordo parlamentar de legislatura, mas pelo menos metade da
legislatura, seria mais sensato. E depois fazer um balanço ao fim de
dois anos”, disse, considerando que tal seria “mais estável” do que
acordos pontuais “lei a lei ou orçamento a orçamento”.Questionado
sobre o cenário contrário, de um governo minoritário liderado pelo PS,
Rio foi claro: “Se eu estou a achar que o PS deve estar disponível para
isso, eu tenho de estar disponível para o contrário”, disse, admitindo
que este não seja o discurso “ideal” para vencer as eleições internas de
27 de novembro, que disputará com Paulo Rangel.Na
entrevista, Rio afirmou que sempre afastou a possibilidade de formar
uma coligação de Governo com o Chega e, uma vez que o líder do partido,
André Ventura, tem dito que só dará apoio ao PSD integrando o executivo,
“o problema está resolvido, é incompatível”.À
pergunta se deixará de formar Governo se precisar do Chega, Rio
respondeu: “Sim, sim, se eu digo coligação não, ele diz que só assim… O
problema está resolvido”.O presidente do
PSD foi ainda questionado como poderá viabilizar um executivo
minoritário do PS, depois de ter dito que deixaria o cargo se perdesse
as legislativas de 30 de janeiro.“As
coisas não são assim a preto e branco. Perguntaram-me das diretas e
disse que, com altíssimo grau de probabilidade, acabaria a minha
carreira política”, afirmou.Questionado se
não se demite caso vença as diretas, mas depois perca as legislativas,
Rio respondeu que “isso vai depender de diversos fatores”.“O
PSD está a fazer uma coisa abstrusa, de estar em processo eleitoral
interno com legislativas à porta. Quando chegarmos a 30 de janeiro
tivemos antes diretas e congresso, quer fazer outra vez diretas em março
ou abril? É isso que não faz sentido”, afirmou.Em
entrevista à TVI em 04 de novembro, Rui Rio tinha afirmado que, se for
ele o candidato do PSD a eleições legislativas e perder, apenas
permanecerá no cargo “um, dois meses” até o partido se ajustar, mas não
ficará “mais quatro anos à espera de eleições”.“Ou eu sou primeiro-ministro ou é a última eleição da minha vida, já tive muitas e não fugi”, afirmou então.À
Antena 1 e questionado sobre a possibilidade de uma coligação
pré-eleitoral com o CDS, caso vença as diretas, Rio afirmou que, se
dependesse apenas de si, “tendencialmente estaria mais para o sim que
para o não”, dizendo ter “simpatia pessoal” por Francisco Rodrigues dos
Santos.No entanto, admitiu que teria de
ouvir a opinião do partido e que tal poderá ser dificultado pelo
calendário interno, assegurando que, se vier a acontecer, não irá
“negociar com o CDS com base em sondagens”.