Rio acredita que legislatura não chegará ao fim e que está mais perto de ser primeiro-ministro
19 de nov. de 2020, 12:03
— Lusa/AO Online
Em entrevista à TVI, Rio reiterou
o voto contra do PSD na votação final do Oramento do Estado e até
admitiu que uma gestão em duodécimos poderia ser preferível a um
documento “piorado” pelo PCP e BE.“É um
problema, mas deixe-me dizer que um Orçamento como está e como pode vir a
sair [da especialidade], não sei se não é pior”, afirmou.Questionado
então se considera preferível um cenário de eleições antecipadas, o
líder do PSD fez questão de separar os planos, mas disse duvidar da
estabilidade da legislatura.“Da maneira
como estou a ver, não me parece fácil que a legislatura vá até ao fim”,
afirmou, apontando divisões ao nível do apoio parlamentar e até no
Governo.E à pergunta se tal significa que
se considera mais próximo de vir a ser primeiro-ministro, respondeu
afirmativamente:” Sim, isso acho que sim”. “Não
quero chegar a primeiro-ministro de qualquer maneira. Se ao longo deste
tempo for prometendo o impossível, quando chegar a primeiro-ministro já
estou diminuído”, disse.Questionado se o
PSD iria repetir na votação final global do orçamento o voto contra da
generalidade, Rio disse que se poderia dar essa posição “como garantida”
e fez uma previsão muito crítica do processo na especialidade, que
arranca na sexta-feira.“Se o orçamento
saísse da especialidade da mesma forma, o que aconteceria é que
chumbava, porque o PCP votava contra. Para passar tem de ficar ainda
pior do que está agora”, considerou.O
líder do PSD recusou qualquer responsabilidade por uma crise política
caso o documento não seja aprovado, voltando a recordar que o líder do
PS, António Costa, disse ao Expresso que o seu Governo acabaria se
precisasse do PSD para aprovar orçamentos.“Se eu votasse a favor, o Governo acabava, nem é equação”, disse.Rui
Rio reiterou que o problema da proposta orçamental se colocará “não no
imediato, mas no futuro” e invocou os alertas do ex-ministro das
Finanças e atual governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, que
considera irem no mesmo sentido.“Temos de
ter muito cuidado e não quero que o país volte a passar amanhã o que
passou há pouco tempo”, advertiu, numa referência ao pedido de ajuda
externa em 2011.No final da entrevista,
Rio foi questionado sobre o tema das presidenciais e o que faria se
Marcelo Rebelo de Sousa - a quem o PSD já formalizou o seu apoio -
decidir, afinal, não se recandidatar.“Mas
vai recandidatar-se, não me disse isto, mas deve anunciar lá para 25, 26
ou 27 de novembro. Marca as eleições e anuncia a seguir. Agora estou eu
a fazer de comentador”, ironizou.Sobre
estas eleições que deverão ser marcadas para 24 de janeiro, Rui Rio
considerou que já existe “um derrotado, que é o Partido Socialista”, que
decidiu não apoiar formalmente qualquer candidato.“O
PCP tem um candidato, o BE tem um candidato, até o Chega. Eu acho que o
PSD, as presidenciais, à custa de Marcelo Rebelo de Sousa vai ganhar - o
candidato que apoia, não é o PSD - mas há uma certeza maior que é que o
PS já perdeu”, disse.