Richard H. Thaler recebeu Nobel da Economia por estudos de economia comportamental
9 de out. de 2017, 11:16
— Lusa/AO online
O galardão reconhece o trabalho de Thaler por introduzir pressupostos psicológicos na análise da tomada de decisões económicas. Através
da exploração das consequências de uma racionalidade limitada, das
preferências sociais e da ausência de autocontrolo, Thaler mostrou como
estes traços humanos afetam sistematicamente as decisões individuais e
as tendências dos mercados. A Academia assegura que o economista
norte-americano foi um "pioneiro" nesta abordagem, tendo contribuído de
forma decisiva para "construir uma ponte entre as análises psicológica e
económica dos processos de decisão individuais". A perspetiva
comportamental associada à economia origina "uma análise mais realista"
em relação ao comportamento das pessoas quando estas tomam decisões
económicas e assim ajuda a "desenhar medidas que aumentam os benefícios
para o conjunto da sociedade". Esta aproximação à economia
difere da teoria tradicional, que partia do pressuposto de que as
pessoas tinham bom acesso à informação e podiam processá-la de forma
correta, algo que em muitas situações estava muito longe da realidade. A
contribuição de Thaler foi a redefinição da análise das decisões,
incluindo elementos psicológicos que "influem de forma sistemática na
tomada de decisões económicas". Thaler, de 72 anos, nasceu em
East Orange (Estados Unidos), licenciou-se em 1967 na Universidade Case
Western Reserve e doutorou-se em 1974 na Universidade de Rochester. Antes
de começar a trabalhar na Universidade de Chicago em 1995 lecionou em
Rochester and Cornell, além de ser professor convidado da Universidade
de British Columbia e de diversas instituições de ensino superior nos
Estados Unidos. Como cada um dos restantes prémios Nobel, o da
Economia tem o valor de nove milhões de coroas suecas (equivalentes a
943.784 euros ou 1,1 milhões de dólares). Este é o único dos
seis prémios Nobel que não foi instituído pelo criador dos galardões, o
magnata sueco Alfred Nobel, mas pelo banco central sueco (Banco Nacional
da Suécia) em 1968. O prémio do Banco Nacional da Suécia em
Ciências Económicas em memória de Alfred Nobel, como se denomina
oficialmente, distinguiu no ano passado as contribuições do
norte-americano Oliver Hart e do finlandês Bengt Holmström para a teoria
dos contratos, com múltiplas aplicações que vão desde a legislação de
falências até às constituições nacionais. Com a atribuição deste
prémio fica concluída este ano a ronda dos prémios Nobel, depois de na
semana passada terem sido concedidos os da Medicina, da Física, da
Química, da Literatura e o da Paz.