Revista da federação de dadores de sangue quer incentivar mais dádivas por jovens
29 de nov. de 2023, 13:01
— Lusa/AO Online
A
publicação vai ser apresentada ao público na associação de dadores de
Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro, e reunirá em 36 páginas
vários artigos de especialistas clínicos e personalidades do universo do
voluntariado, abordando desde temas técnicos de segurança médica até
relatos sobre a experiência pessoal de dadores e a atividade
desenvolvida pelas associações que com eles trabalham.“É
nos jovens que assenta a nossa estratégia para garantir o futuro da
dádiva de sangue, seja com novos dadores, seja também com novos
dirigentes”, declara o presidente da Federação, Paulo Cardoso, que
representa cerca de 65 associações de todo o país.Esse
responsável diz que a revista também é uma forma de agradecer o
contributo dos milhares de cidadãos que todos os anos se juntam a esta
causa voluntária – o nome da publicação é precisamente “Homenagem ao
Dador de Sangue” –, mas realça que a prioridade é fazer ver à população
que o volume de remessas sanguíneas a disponibilizar aos hospitais
depende de mais jovens criarem o hábito de participar regularmente em
colheitas.O vice-presidente da Federação e
líder da sua associada de Santa Maria da Feira, Albano Dias Santos,
considera que os números falam por si: “No nosso melhor ano chegámos a
ter 17.000 dádivas e agora, em 2023, não devemos chegar nem às 10.000.
Isto significa que perdemos muita gente que vinha dar sangue com
frequência e não estamos a conseguir substituir essas pessoas”.A
associação de dadores de Santa Maria da Feira continua a ser “das
maiores do país”, juntamente com as de Torres Vedras e Vila Nova de
Famalicão, mas o responsável por essa estrutura defende que a
continuidade do trabalho “passa muito por fazer chegar informação útil
às pessoas” e lhes explicar “sem alarmismos” como o seu contributo é
decisivo para as necessidades do setor da saúde.“Quando
aparece uma notícia a dizer que faltou sangue num hospital, seja ela
verdade ou mentira, o número de dádivas aumenta logo e temos que
agradecer por isso. O problema é que, passada uma semana ou duas, volta a
haver uma quebra muito grande e a questão de fundo continua por
resolver”, explica Albano Dias Santos.O
apelo aos jovens maiores de 18 anos visa, portanto, “aumentar e
estabilizar o fluxo” de dádivas. Após algumas campanhas de
sensibilização em escolas e em centros de acolhimento das Jornadas
Mundiais da Juventude, “houve um pequeno crescimento de participação”,
mas o vice-presidente da Federação garante que o número de novos dadores
“ainda está muitíssimo longe de repor a saída dos mais antigos” – que
se afastaram devido à idade ou a problemas físicos e sociais agravados
pela pandemia de covid-19.