Revisitação da Estratégia de Combate à Pobreza pronta em 2022
5 de nov. de 2021, 16:50
— Lusa/AO Online
O governante,
que tutela a Solidariedade Social, falava na comissão de Assuntos
Sociais do parlamento dos Açores a propósito do Plano e Orçamento da
região para 2022, que vai ser discutido e votado este mês.“O
plano é para ser revistado e vamos naturalmente aproveitar os fundos do
Programa Operacional 2021-2027 para ver o que é que temos [disponível].
Conto já durante o próximo ano, talvez no primeiro trimestre - não
quero estar a ser muito otimista - já termos o plano regional”, declarou
Artur Lima, após ter sido interrogado pelo deputado Pedro Neves, do
PAN.A atual estratégia contra a pobreza
foi implementada pelo anterior executivo açoriano, do PS, e entrou em
vigor em 2018, com o horizonte de uma década de funcionamento.Em
fevereiro de 2021, o presidente do Governo dos Açores, o
social-democrata José Manuel Bolieiro, admitiu que a situação pandémica
obrigará a que o plano regional contra a pobreza seja "revisitado".Para
Artur Lima, a estratégia desenhada pelo anterior executivo teve
“medidas que deram bons resultados” e “outras que nem tanto”.“Não
faço política de terra queimada. É um problema complexo. Temos agora,
com a pandemia [de covid-19], de fazer uma nova avaliação. Vamos
revisitar o plano por completo. Estamos a trabalhar arduamente. É uma
matéria muito sensível”, declarou, referindo-se à pobreza. Artur
Lima realçou que o Orçamento da região para 2022 contempla “mais 400
mil euros” para bolsas de estudo destinadas às “famílias mais pobres” e
251 mil euros para a “criação de pontos de estudo" para apoiar “jovens
provenientes de contextos sócio económicos desfavorecidos”.“Em
relação ao complemento ao abono de família, gostaria de lembrar que já
está tudo pago e em ordem. Pagamos este ano e está previsto um aumento
de 5% [para 2022] em relação a 2021”, acrescentou.A
deputada do PS Célia Pereira questionou o governante sobre o valor de
11,9 milhões para a rubrica “igualdade de oportunidades, inclusão social
e combate à pobreza” em 2022, uma vez que, segundo os últimos dados
conhecidos, a taxa de execução naquelas áreas é de 0%.Na resposta, Artur Lima assegurou que a taxa de execução até ao momento é de cerca de 60%.O
parlamentar do Chega, José Pacheco, pediu uma “fiscalização efetiva”
para a “acabar” com os “falsos pobres” que recebem o rendimento social
de inserção (RSI), tendo o vice-presidente destacado que foram abertos
concursos para a contratação de inspetores.A
deputada Alexandra Manes do BE lembrou que os Açores são a região mais
pobre do país e que a maioria dos beneficiários do RSI são idosos e
crianças, pedindo políticas para “acabar com o estigma em torno da
pobreza”.O deputado do PSD Rui Espínola
congratulou o Governo Regional pela criação do programa “novos idosos”,
que visa apoiar o estabelecimento dos idosos na sua residência, em
detrimento da institucionalização.Sobre
esse programa, o independente Carlos Furtado disse que não pretendia ver
“imputadas responsabilidades às famílias por um valor menor do que
aquele que é protocolado” com as Instituições Particulares de
Solidariedade Social (IPSS).