Revisão do Orçamento dos Açores aprovada na Assembleia Regional
7 de jul. de 2020, 21:11
— Lusa / AO online
A votação
ocorreu na sessão plenária que decorreu hoje na cidade da Horta, no
Faial, e contou com a abstenção do PCP, do BE e da deputada independente
Graça Silveira e o voto contra do PPM. Na apresentação da revisão do orçamento, o vice-presidente do Governo dos Açores,
Sérgio Ávila, avançou que a proposta prevê um aumento de 210,4 milhões
de euros da despesa orçamental e uma redução de 74,6 milhões da receita.
A revisão contempla um reforço de 95,1 milhões de euros para o
Serviço Regional de Saúde, um aumento de 72,8 milhões no "apoio ao
emprego e às empresas", o aumento de 50 milhões destinado à SATA, 20
milhões para o turismo, 9,5 milhões para a solidariedade social, 6,9
para a agricultura e 1,2 para o mar, ciência e agricultura. "Com
esta opção, a região mantém intacta a capacidade e autonomia financeira
para manter as suas finanças públicas regionais sustentáveis", afirmou o
vice-presidente. O líder parlamentar do PS, Francisco César,
salientou que a revisão do orçamento se insere na "mais inesperada"
crise já vivenciada pelos presentes e enalteceu o papel do executivo
açoriano na proteção da saúde e da economia. "A crise da pandemia também chegou aos Açores, mas aquilo que podemos dizer é que, graça ao Governo dos Açores e ao trabalho dos açorianos e das açorianas, está a ter menos impacto do que aquele que poderia ter", declarou. O
PSD pediu clarificações sobre como será "gasto e investido" o montante
na saúde e na economia, tendo o líder parlamentar social-democrata, Luís
Maurício, destacado a falta de investimento no Serviço Regional de
Saúde, referindo também ser necessário reconhecer "materialmente" os
profissionais de saúde da região. "O PSD é um partido responsável
e assume as suas responsabilidades e é no âmbito destas
responsabilidades e perante todos os açorianos que nos manifestámos
favoravelmente face aos documentos que aqui foram apresentados",
acrescentou o social-democrata, referindo-se à revisão do orçamento. O
CDS-PP, através do líder Artur Lima, realçou a "incompetência" e a
"desorganização brutal" da Autoridade de Saúde e da secretaria da Saúde a
propósito dos tempos de espera nas comunicações dos resultados dos
testes à covid-19 e da falta de investimento em extratores para aumentar
a capacidade de testagem da região. "Quero saber, se vier uma segunda vaga da pandemia, como é que a região vai responder", afirmou o centrista. O
deputado do BE António Lima disse ser necessário "saber com pormenor" a
forma como o Governo Regional quer executar o reforço orçamental nas
diferentes áreas e considerou exígua a verba destinada à solidariedade
social. "Tendo em conta a profundidade da crise multilateral que
atravessamos, pensamos que ele [o orçamento] é exíguo face às
necessidades", apontou. O deputado do PCP João Paulo Corvelo
disse ser necessário dar "respostas urgentes" para defender os
trabalhadores, destacando aqueles em situação laboral precária,
considerando que a revisão do orçamento fica "ainda longe das respostas
necessárias". O deputado do PPM, Paulo Estêvão, disse ser contra
a revisão orçamental porque esta prevê um "esvaziamento" do parlamento
açoriano, permitindo que o executivo possa governar por resolução,
"abdicando das competências" da Assembleia Regional.