Reutilizados 2,3 milhões de manuais escolares dos 5,4 emprestados no ano passado
1 de ago. de 2022, 15:25
— Lusa/AO Online
No ano letivo de 2021/2022,
os serviços do Ministério da Educação emitiram 6,147 milhões de vales
(cada livro equivale a um voucher), dos quais foram levantados pelas
famílias 5,464 milhões. O programa de
gratuitidade que abrange todos os estudantes das escolas públicas prevê a
reutilização dos livros, com a exceção dos entregues aos alunos mais
novos.Segundo contas do ME, a reutilização
de 2,3 milhões de manuais corresponde “a uma percentagem de cerca de
65% dos manuais a reutilizar”.“A diferença
entre o número de vales resgatados no ano letivo 2021/2022 e o número
de manuais em condições de serem reutilizados em 2022/2023 prende-se com
o facto de no 1.º ciclo do ensino básico e nos anos de adoção não haver
reutilização”, explicou o gabinete de imprensa da tutela.Os
encarregados de educação têm um prazo para entregar os manuais
emprestados – que termina hoje - para que depois possam voltar a
usufruir do programa.“Os vales para
aquisição de manuais escolares gratuitos começam a ser disponibilizados
na plataforma MEGA a partir de terça-feira, dia 02 de agosto, para os
alunos do 1.º ciclo, 8.º ano e 11.º ano. Para os alunos dos 5.º, 6.º,
7.º, 9.º, 10.º e 12.º anos e de outras ofertas formativas a emissão de
vales tem início a 9 de agosto”, acrescentou a tutela.Os
‘vouchers’ vão sendo emitidos à medida que as escolas descarregam na
plataforma MEGA os dados dos alunos, seguindo-se um processo aleatório
de distribuição de manuais escolares que podem ser novos ou em segunda
mão. As famílias podem ir buscar os
manuais novos a qualquer uma das livrarias aderentes, enquanto os
reutilizados são levantados nas respetivas escolas.O
programa de gratuitidade dos manuais escolares começou no ano letivo de
2016/2017 com o anterior ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues,
que tinha como secretário de Estado o atual ministro João Costa. O
projeto foi sendo gradualmente alargado a mais alunos, atingindo a
universalidade dos estudantes do ensino público em 2019: Atualmente são
cerca um milhão de estudantes do 1.º ao 12.º ano.A
baixa reutilização dos manuais levou o Tribunal de Contas a lançar um
alerta para o risco de o programa deixar de ser financeiramente
sustentável.Em 2019, a tutela lançou um
prémio que atribuiu dez mil euros às escolas públicas que mais manuais
escolares conseguem reutilizar.O processo
de reutilização foi temporariamente suspenso devido ao impacto da
pandemia de covid-19 e do ensino à distância, que levou a que os alunos
pudessem ficar com os livros em casa para poder recuperar matérias
perdidas.No ano passado, o Tribunal de
Contas voltou a alertar para os perigos da suspensão da reutilização de
manuais, por força da pandemia de covid-19, que terá acarretado um
acréscimo da despesa em 2020, que atingiu os 132,8 milhões de euros.