Reunião abre com discurso de Rio sobre moção que propõe governar ao centro
PSD/Congresso
17 de dez. de 2021, 13:24
— Lusa/AO Online
A abertura
dos trabalhos está marcada para as 21h00 e, tradicionalmente, o primeiro
discurso do líder é focado na apresentação da sua proposta de
estratégia global, intitulada “Governar Portugal ao centro”.No
texto, que Rio apresentou aos militantes no final de novembro no âmbito
da campanha interna para as eleições diretas e que será votado no
sábado no Congresso, refere-se que o PSD “está em condições de governar
Portugal”, a mês e meio das legislativas de 30 de janeiro.Na
moção, Rio - que tem admitido ser desejável um entendimento com o PS
para a viabilização de eventuais governos minoritários que saiam das
legislativas de um ou de outro partido - defende que “importa construir
uma nova maioria sem linhas vermelhas, assente no diálogo e no
compromisso, à esquerda ou à direita, cujo único limite será a da
moderação, do respeito pelas instituições constitucionais e a do
superior interesse nacional”.“As próximas
eleições decidir-se-ão ao centro do espetro político-partidário. É esse
centro político que determinará qual das opções vingará: ou a
continuidade das políticas de esquerda que têm conduzido ao
empobrecimento relativo do nosso país face aos nossos parceiros
europeus, ou a mudança para uma política de libertação da economia e da
sociedade portuguesas”, refere o texto.Na
quinta-feira, Rio anunciou já as suas escolhas para ‘cabeças de lista’
aos órgãos nacionais do partido, com Nuno Morais Sarmento - que já tinha
anunciado a saída da Comissão Política - a encabeçar a lista para o
Conselho de Jurisdição Nacional contra o atual presidente Paulo Colaço,
enquanto o histórico militante Pedro Roseta irá substituir Paulo Rangel
como o primeiro nome na lista oficial ao Conselho Nacional.Paulo Mota Pinto mantém-se como o candidato à presidência da Mesa do Congresso e José Silvano como secretário-geral. À
chegada ao Congresso, as principais figuras do PSD deverão fazer as
primeiras declarações, depois de o candidato derrotado nas últimas
diretas, Paulo Rangel, já ter assumido que não irá promover ou integrar
listas alternativas para os órgãos nacionais.Ainda
assim, para o Conselho Nacional deverão multiplicar-se várias listas,
como habitualmente (no último Congresso foram dez), já sendo certas duas
distintas apoiadas pelos ex-candidatos à liderança Luís Montenegro -
com a divulgação apenas hoje do primeiro nome - e Miguel Pinto Luz (que
poderá encabeçar a sua) e a também já habitual protagonizada por Joaquim
Biancard da Cruz e Duarte Marques, devendo surgir outras até promovidas
por apoiantes de Rio.O deputado Carlos
Eduardo Reis, que encabeçou das listas mais votadas ao Conselho Nacional
nos últimos congressos, ainda não confirmou se irá, desta vez, optar
por integrar a lista oficial de Rui Rio.A
divisão quase ao meio do partido nas diretas de 27 de novembro - Rui Rio
derrotou Paulo Rangel por 52,4% dos votos - e a exclusão de muitos
apoiantes do eurodeputado, incluindo líderes de distritais, nas listas
de candidatos a deputados ainda poderão ter eco em intervenções pontuais
no Congresso de Santa Maria da Feira (Aveiro).No
entanto, os discursos das principais figuras críticas do PSD não
deverão pôr a tónica na divisão, mas na necessidade de unidade, pelo
menos até às legislativas de 30 de janeiro.Depois
do discurso de abertura por parte do presidente Rui Rio, ainda serão
discutidas hoje algumas das 12 propostas temáticas entregues ao
Congresso (as restantes ficarão para sábado de manhã), quase todas com
origem nas estruturas do partido e, na maioria, viradas para as
desigualdades territoriais e para a necessidade de reformas do sistema
política e eleitoral.Para aceder à sala do
Europarque em Santa Maria da Feira (Aveiro) onde decorrerá o Congresso
do PSD até domingo, todos os congressistas e elementos da comunicação
social terão de ter um teste negativo à covid-19, além de serem
verificados os certificados digitais e o uso de máscara.