Autor: José Milhazes / Lusa/ AO online
O Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, e a chanceler alemã, Angela Merkel, reuniram-se em Sotchi, cidade russa perto da zona do conflito entre Moscovo e Tbilissi, mas não chegaram a um acordo sobre nenhum dos pontos discutidos.
“O Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, e a chanceler alemã, Angela Merkel, não souberam encontrar um ponto de contacto durante a discussão da situação em torno da Ossétia do Sul. Na conferência de imprensa conjunta depois do encontro, cada um falou das suas posições, confirmando que não se chegou a um acordo nas avaliações das causas e consequências do conflito militar”, considera a agência oficiosa russa “Ria-Novosti”.
Merkel considerou “desproporcional” a intervenção militar russa no Cáucaso, defendeu a integridade da Geórgia e a retirada rápida das forças armadas russas desse país.
Medvedev disse possuir provas de que a reacção russa só podia ser a que foi, defendeu a independência da Abkházia e Geórgia e a continuação de tropas russas na região.
Fonte diplomática contactada em Moscovo pela Lusa chamou a atenção para o facto de a retórica anti-americana e anti-georgiana estar a aumentar na Rússia a todos os níveis, sublinhando que o próprio Medvedev “entrou nessa onda”.
“O discurso do Presidente Medvedev está a aproximar-se, pela dureza das palavras, do tom das declarações do primeiro-ministro, Vladimir Putin. O chefe do Kremlin começa, tal como o seu antecessor, a recorrer a palavras pouco diplomáticas como 'conto de fadas', 'ideias idiotas'”, considera a fonte.
“Enganaram-se aqueles que pensavam e ainda pensam que Medvedev é o bom e Putin o mau da fita. A situação de crise mostrou que não é assim”, concluiu.
Esta retórica dura é seguida por outros altos funcionários civis e militares russos não só em relação à situação no Cáucaso, mas também no Leste da Europa.
Dmitri Rogozin, representante da Rússia junto da NATO, considera que o sistema de defesa antimíssil norte-americano é um “gato podre” oferecido à Europa.
Anatoli Nogovitsin, vice-chefe do Estado Maior das Forças Armadas da Rússia vai mais longe nas ameaças à Polónia e recorda um dos pontos da doutrina militar do país.
“Aí está claramente escrito: nós empregamos armas nucleares contra estados que possuem essas armas; contra os aliados dos Estados que têm armas atómicas se eles os apoiarem de algum modo; bem como contra os que instalarem no seu território armas nucleares”, precisou.
Leonid Radzikovski, comentador político da rádio Eco de Moscovo, chama a atenção para o facto de estas posições isolarem ainda mais a Rússia no campo internacional, sublinhando que a operação militar contra a Geórgia “teve apenas o apoio de Cuba e Venezuela”.
“O Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, e a chanceler alemã, Angela Merkel, não souberam encontrar um ponto de contacto durante a discussão da situação em torno da Ossétia do Sul. Na conferência de imprensa conjunta depois do encontro, cada um falou das suas posições, confirmando que não se chegou a um acordo nas avaliações das causas e consequências do conflito militar”, considera a agência oficiosa russa “Ria-Novosti”.
Merkel considerou “desproporcional” a intervenção militar russa no Cáucaso, defendeu a integridade da Geórgia e a retirada rápida das forças armadas russas desse país.
Medvedev disse possuir provas de que a reacção russa só podia ser a que foi, defendeu a independência da Abkházia e Geórgia e a continuação de tropas russas na região.
Fonte diplomática contactada em Moscovo pela Lusa chamou a atenção para o facto de a retórica anti-americana e anti-georgiana estar a aumentar na Rússia a todos os níveis, sublinhando que o próprio Medvedev “entrou nessa onda”.
“O discurso do Presidente Medvedev está a aproximar-se, pela dureza das palavras, do tom das declarações do primeiro-ministro, Vladimir Putin. O chefe do Kremlin começa, tal como o seu antecessor, a recorrer a palavras pouco diplomáticas como 'conto de fadas', 'ideias idiotas'”, considera a fonte.
“Enganaram-se aqueles que pensavam e ainda pensam que Medvedev é o bom e Putin o mau da fita. A situação de crise mostrou que não é assim”, concluiu.
Esta retórica dura é seguida por outros altos funcionários civis e militares russos não só em relação à situação no Cáucaso, mas também no Leste da Europa.
Dmitri Rogozin, representante da Rússia junto da NATO, considera que o sistema de defesa antimíssil norte-americano é um “gato podre” oferecido à Europa.
Anatoli Nogovitsin, vice-chefe do Estado Maior das Forças Armadas da Rússia vai mais longe nas ameaças à Polónia e recorda um dos pontos da doutrina militar do país.
“Aí está claramente escrito: nós empregamos armas nucleares contra estados que possuem essas armas; contra os aliados dos Estados que têm armas atómicas se eles os apoiarem de algum modo; bem como contra os que instalarem no seu território armas nucleares”, precisou.
Leonid Radzikovski, comentador político da rádio Eco de Moscovo, chama a atenção para o facto de estas posições isolarem ainda mais a Rússia no campo internacional, sublinhando que a operação militar contra a Geórgia “teve apenas o apoio de Cuba e Venezuela”.