Resultados mostram que só o sacrifício dos trabalhadores contribui para recuperação
TAP
24 de ago. de 2022, 10:22
— Lusa/AO Online
“De acordo com a informação prestada, a única
rubrica de custos que salta à vista, porque negativa, são os custos com
pessoal que diminuíram 7,2%”, começou por apontar o sindicato, em
comunicado enviado à comunicação social.Somando-se
a inflação, que, apontou, já provocou um corte nos salários reais de
5%, fica “muito claramente demonstrado por esta apresentação que são
apenas os trabalhadores que estão, com o seu sacrifício, a contribuir
para recuperar a companhia”.O Sitava
lembrou que os trabalhadores continuam com cortes salariais, no âmbito
do plano de reestruturação da companhia aérea, apesar “de cargas de
trabalho cada vez mais exigentes”, o que acentua “um enorme sentimento
de injustiça que roça a humilhação”.Adicionalmente,
o sindicato disse que “aparece com cada vez maior evidencia a
incapacidade da gestão para organizar a operação sujeitando, diariamente
os trabalhadores a sacrifícios, para que tudo pareça o mais normal
possível”.“Será que a TAP pensava fazer uma operação equivalente à de 2019 com menos 2.500 trabalhadores?”, questionou-se.Relativamente
à crise inflacionária, o Sitava disse que vai, brevemente, abordar a
empresa, para discutir medidas que invertam a tendência de
desvalorização dos salários.Neste sentido,
os representantes dos trabalhadores exortaram também a empresa a
“evitar despesas desnecessárias”, como por exemplo a mudança de sede,
que consideram uma ideia “insólita” e “muito pouco sensata”, uma vez que
obrigaria a “avultadas obras de vários milhões de euros, e cuja renda
rondará, também os quatro a cinco milhões de euros anuais”.Os
prejuízos da TAP S.A. diminuíram no primeiro semestre deste ano para
202,1 milhões de euros, face ao valor negativo de 493,1 milhões de euros
obtido em igual período do ano passado, indicou a transportadora, na
terça-feira, em comunicado.Na nota,
publicada na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a TAP
referiu que "o resultado líquido é claramente negativo, mas continua a
recuperação nos últimos trimestres”.No
segundo trimestre, a companhia aérea registou uma redução de 37,2% nos
prejuízos, para um resultado negativo de 80,4 milhões de euros, face aos
128,1 milhões obtidos em igual período do ano anterior.A
presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, salientou, na
nota, que “o segundo trimestre registou uma procura muito saudável e
receitas por passageiro mais elevadas”, o que permitiu compensar o
aumento nos custos.