"Resolver problemas dos trabalhadores não põe em causa sustentabilidade do país"
3 de mai. de 2019, 17:41
— Lusa/AO Online
"Não se pode estar a
dizer que a resposta aos problemas dos trabalhadores põe em causa a
sustentabilidade económica do país quando todos sabemos que foram os
trabalhadores e a população portuguesa que pagaram a fatura das
irresponsabilidades da banca privada", considerou Arménio Carlos,
falando aos jornalistas em Ponta Delgada.O
sindicalista assistiu na maior cidade açoriana, ao lado do líder da
Fenprof, Mário Nogueira, à comunicação ao país do primeiro-ministro
sobre o tempo de serviço dos professores e a posição do executivo sobre
essa matéria e a sua eventual viabilização final global no parlamento."Não
vale a pena tentar ludibriar, confundir, manipular ou desviar atenções.
Sejamos sérios e rigorosos: o Governo se quiser reduzir a despesa
pública pode fazê-lo", até porque, só este ano, o Orçamento do Estado
"consagra 850 milhões de euros para o Fundo de Resolução nacional e 850
milhões de euros para o Fundo de Resolução Europeu", por exemplo,
declarou Arménio Carlos.E prosseguiu: "Com
1,7 milhões de euros o que poderíamos fazer neste país em termos de
melhoria dos serviços públicos, resposta aos problemas na saúde,
educação, segurança social, pensões, e já agora também nos salários da
administração pública?".O
primeiro-ministro afirmou hoje que comunicou ao Presidente da República
que o Governo se demite caso a contabilização total do tempo de serviço
dos professores seja aprovada em votação final global."Ao
Governo cumpre garantir a confiança dos portugueses nos compromissos
que assumimos e a credibilidade externa do país. Nestas condições,
entendi ser meu dever de lealdade institucional informar o Presidente da
República [Marcelo Rebelo de Sousa] e o presidente da Assembleia da
República [Ferro Rodrigues] que, a aprovação em votação final global
desta iniciativa parlamentar forçará o Governo a apresentar a sua
demissão", declarou.Esta advertência foi
feita por António Costa numa declaração ao país, depois de ter estado
reunido cerca de 40 minutos com o Presidente da República, Marcelo
Rebelo de Sousa, na sequência da crise política aberta com a aprovação
pelo parlamento, apenas com os votos contra do PS, da recuperação do
tempo total de serviço dos professores no período em que houve
congelamento de progressões.