Requisição civil é ataque à greve e serviços mínimos estão a ser cumpridos - sindicato
Motoristas
12 de ago. de 2019, 18:05
— Lusa/AO Online
“Vejo
isto [requisição civil] como um ataque à greve, até porque estas
pessoas cumpriram os serviços mínimos. O Governo não esteve aqui […],
estas pessoas saíram para trabalhar, simplesmente fizeram oito horas e
não as 14 ou 15 horas que habitualmente fazem”, assegurou Pedro Pardal
Henriques, que falava aos jornalistas em Aveiras de Cima, distrito de
Lisboa.O advogado Pedro Pardal Henriques
lamentou ainda que o sindicato e os trabalhadores não tenham
conhecimento das escalas que “estão a ser feitas”, vincando que apenas
sabem das percentagens decretadas e não a que número de veículos se
referem. Questionado sobre a possibilidade
de os serviços mínimos para o abastecimento do aeroporto de Lisboa não
terem sido cumpridos, o assessor jurídico do Sindicato Nacional dos
Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) garantiu que os carros saíram
de Aveiras, escoltados pelas autoridades, e que todos os motoristas,
escalados para essa função, cumpriram as oito horas de trabalho.“Agora
se foram escalados para fazer quatro viagens e só fizeram três […]
porque é o limite das oito horas de trabalho, se calhar foi isso que
aconteceu”, indicou.Pedro Pardal Henriques
reiterou ainda que estes trabalhadores devem “receber condignamente”
pelas suas funções e que, “ainda que contrariados”, cumpriram os
serviços mínimos.Este responsável referiu
também que o conflito é "muito simples de resolver", bastando "chamar as
partes para se fazer um acordo", alternativa que o sindicato diz que
sempre tentou. "Fizemos várias propostas
[...] e a resposta [das empresas] foi sempre ‘não, não queremos’",
referiu o advogado, acrescentando que representará os trabalhadores até
que o SNMMP queira. "Eu sei que o Dr.
Pedro Pardal Henriques incomoda muita gente e, sobretudo, alguns
sistemas instalados e as pessoas que cometem crimes de fraude fiscal.
Enquanto o sindicato me quiser, pois não vai ser o dr. André Almeida
[porta-voz da Antram] a dizer para eu sair. Vai ter que levar comigo
porque eu vou lutar por estas pessoas até ao fim", concluiu.O
primeiro-ministro, António Costa, afirmou hoje que o cumprimento dos
serviços mínimos na greve dos motoristas mudou "da manhã para tarde" e
anunciou a convocação de um Conselho de Ministros eletrónico para
avaliar a necessidade da requisição civil.