Requalificação do centro da cidade concluída até fim de julho
1 de fev. de 2023, 06:56
— Paula Gouveia
A requalificação das ruas do centro histórico da cidade de Ponta Delgada
que já estão encerradas arrancou na segunda-feira passada, e o
presidente da Câmara Municipal pretende que esteja concluída “pelo menos
até ao final do mês de julho”.A intervenção que consiste no
nivelamento das vias à altura dos passeios, e introdução de mobiliário
urbano e mobiliário digital, está a ser realizada com a mão-de-obra da
própria autarquia, e não está apurado o seu valor final, mas Pedro
Nascimento Cabral garante que será muito mais reduzido do que os 3
milhões de euros inicialmente orçamentados para a requalificação do
centro histórico.O presidente da autarquia explicou porque não se
avançou com a solução premiada no concurso realizado em parceria com a
Ordem dos Arquitetos: “No relatório do júri, está explicado que os
projetos galardoados com os prémios, apesar de estarem muito bem
construídos do ponto de vista técnico, o que é certo é que ainda assim
ficaram aquém da qualidade que é exigida a uma verdadeira requalificação
do centro histórico de Ponta Delgada. E quem disse isto foi o próprio
júri constituído por arquitetos”, sublinhou.E, na sequência disso,
“a Câmara acedeu a esta decisão do júri e decidiu, com o seu gabinete
técnico, implementar uma solução que privilegia a zona pedonal, que é
uma intervenção suave porque não põe em causa o património edificado que
está aqui no nosso centro histórico”, explicou.Pedro Nascimento
Cabral recordou ainda que a realização do concurso de ideias surgiu do
desafio lançado pela Ordem dos Arquitetos e pelo próprio movimento
cívico Pensar a Cidade. E salienta o autarca, “não damos este tempo por
perdido”, porque foi um tempo “em que a cidade foi discutida, pensada e
alvo de uma conferência sobre arquitetura urbana”. Mas, “chegou a uma
altura em que é preciso decidir”, e foi decidido dar seguimento ao que
foi feito do lado Sul da Matriz que “não introduziu nenhum foco de
discussão”. Para o autarca, não se justificava agora uma auscultação
pública, porque “não vamos mexer em rigorosamente nada no que diz
respeito ao património edificado”. “Vamos apenas dar às pessoas espaços
que estavam afetos aos automóveis e, não havendo uma intervenção de
cariz arquitetónico substancial, pensámos que não há necessidade de
fazer uma auscultação pública sobre o que estamos a fazer”, disse.A
intervenção vai implicar a deslocalização dos táxis da Praça Gonçalo
Velho, das Portas da Cidade, e, segundo o presidente da Câmara, a
autarquia está em negociações, “num diálogo muito franco, muito
profícuo”, com a Associação de Táxis. E, “eles estão sensíveis à mudança
de paradigma da nossa cidade”, disse Pedro Nascimento Cabral, lembrando
que, com a construção de novos hotéis, “há novos pontos da cidade onde
os taxistas se podem dispersar na sua atividade”, nomeadamente junto a
unidades hoteleiras, como o Campo de São Francisco e junto ao Marina
Atlântico e Octant, por exemplo.Sobre a rua das Mercadores, Pedro
Nascimento Cabral disse que aguarda a conclusão de todo o processo de
requalificação para implementar um horário de cargas e descargas
“adequado ao bom funcionamento da rua, da pedonalização e humanização da
cidade e também da atividade comercial, e da atividade ligada à
restauração, de modo a termos uma cidade economicamente sustentável”.