República vai apoiar reconstrução do Hospital de Ponta Delgada
6 de mai. de 2024, 16:58
— Lusa
"Estamos
aqui porque somos Portugal. E os portugueses que vivem na Região
Autónoma dos Açores têm que ter respostas. Vão ter essas respostas. E o
Serviço Nacional de Saúde, do qual o Serviço Regional de Saúde faz
parte, tem que olhar agora para esse momento, que nenhum de nós
esperava, como um momento de planear o futuro", disse a governante aos
jornalistas.A ministra foi acompanhada
pelo presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, na
visita à maior unidade de saúde do arquipélago.Aos
jornalistas, a governante sublinhou que a reconstrução do Hospital do
Divino Espírito Santo (HDES), que ainda não tem previsão para retomar o
seu normal funcionamento, deve ser pensada na perspetiva de um
investimento que torne a infraestrutura numa unidade "diferenciada", com
uma resposta "digital" e "transformacional".“O
futuro é já amanhã. É dar condições para que este hospital não só se
recupere, mas que se transforme, que seja um investimento que o Serviço
Nacional de Saúde faz no país para que aqui, como noutras zonas de
Portugal Continental, nas Regiões Autónomas, tenhamos hospitais que
sejam efetivamente resposta complexa, diferenciada, digital,
transformacional. É essa visão transformadora que o Serviço Nacional de
Saúde tem que ter”, vincou Ana Paula Martins.A
ministra da Saúde adiantou que já está a ser feito um levantamento no
local das necessidades mais imediatas, que possam ser apoiadas pelo
Governo da República, e ainda um planeamento mais de médio prazo."Estamos
hoje já a fazer o levantamento no local daquilo que possa ser
necessário da nossa parte, como atividade programada que possa ter que
ser apoiada noutros hospitais do continente, em articulação com o
Governo Regional, como aconteceu na Região Autónoma da Madeira",
afirmou.Ana Paula Martins disse que não se trata só de solidariedade, mas uma resposta, tendo por base "a ideia de coesão". A
ministra afirmou ainda que o “processo de reconstrução e transformação”
começa hoje e que o “memorando de identificação, de todas as
necessidades, a curto e a médio prazo, será feito e todas essas
informações muito em breve estarão disponíveis".Questionada
sobre os valores de reconstrução, a governante garantiu apenas que o
Governo da República tem "todos os recursos necessários" para dar "o
apoio que for necessário".Ana Paula
Martins vincou que os "Açores terão aquilo que o seu Governo Regional e o
Governo central em conjunto, definirem, desenharem e planearem para o
local" onde está o Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), olhando
para "os calendários de desenvolvimento e execução, o recurso aos
próprios fundos de coesão"."A médio prazo
precisamos, obviamente em conjunto com o Governo Regional dos Açores, de
olhar para o plano de investimentos do novo hospital e isso é uma coisa
que tem de ser feita de forma muito rápida. E isso seguramente está ao
nosso alcance e é exatamente isso que vamos fazer", sustentou.Na
ocasião, a governante salientou ainda “a enorme capacidade de resposta”
e o plano de emergência que, "em tempo absolutamente recorde", salvou
"todas as vidas”, perante "uma situação inesperada e dramática".O
incêndio deflagrou no hospital pelas 09:40 locais de sábado (10:40 em
Lisboa) e obrigou à transferência de todos os doentes que estavam
internados e só foi declarado extinto às 16:11 locais (17:11 em Lisboa).No
sábado, o Governo dos Açores declarou a situação de calamidade pública e
a secretária regional da Saúde e Segurança Social, Mónica Seidi, disse
que ainda não há previsão de quando será retomado o normal
funcionamento.Na altura do incêndio estavam no HDES 333 doentes e foi necessário transferir 240, acrescentou.Os
doentes mais críticos e graves foram transferidos para o hospital da
CUF, na cidade de Lagoa, e os restantes para centros de saúde.Também
já foram transferidos para a Madeira 58 doentes, dos quais 55 são
pessoas que fazem hemodiálise, duas grávidas e um doente em cuidados
intensivos.