República tem que “assumir responsabilidades” nas rotas aéreas com os Açores
26 de out. de 2022, 14:27
— Lusa/AO Online
Berta
Cabral, que intervinha na Comissão de Economia do parlamento dos
Açores, considerou que esta é uma “preocupação muito grande”, tendo sido
acordado com o primeiro-ministro, na cimeira com o Governo Regional,
que seria aberto concurso público para assegurar as rotas aéreas não
liberalizadas (Santa Maria, Pico e Faial) entre os Açores e o
continente.A governante referiu que tem
havido “insistência com várias cartas do presidente do Governo
Regional”, José Manuel Bolieiro, junto do primeiro-ministro, entre
outros esforços desenvolvido por si e também pelo secretário regional
das Finanças, Duarte Freitas.O PS/Açores
tinha pedido a audição urgente da secretária do Turismo, Mobilidade e
Infraestruturas do governo açoriano e do presidente da SATA na
Assembleia Regional devido ao “agravamento das contas” da companhia
aérea, tendo sido neste contexto que Berta Cabral interveio na
Comissão da Economia.De acordo com Berta
Cabral, os “meses passaram e só agora, no Orçamento do Estado de 2023,
aparece um artigo com 3,5 milhões de euros” inscritos para suportar os
encargos com as rotas não liberalizadas.Berta
Cabral sublinhou que o “valor é irrisório" e que, "desde o início, que o
Governo da República tem conhecimento de que têm quer ser 10 milhões”
para assegurar as rotas não liberalizadas com os Açores nos atuais
modelos.Berta Cabral espera que “até março
de 2023 esteja o concurso público em bom andamento”, tendo referido
que, se este for lançado com 3,5 milhões de euros, “corre-se o risco de
ficar deserto”.“Não há plano B, cada um
tem que assumir as suas responsabilidades, e o Governo da República tem
as maiores” afirmou Berta Cabral.A titular
da pasta da Mobilidade anunciou, entretanto, que o Conselho do Governo
dos Açores vai aprovar na quinta-feira a constituição de uma comissão
especial para acompanhar o processo de privatização da Azores Airlines,
que terá lugar em 2023.Berta Cabral
referiu sobre os resultados do exercício do grupo SATA que “ninguém pode
estar à espera de resultados imediatos” apenas após cinco meses da
aprovação do plano de reestruturação, aprovado por Bruxelas, para a
companhia.A responsável política referiu
que o executivo açoriano está apostado em “cumprir o plano de
reestruturação”, sendo que “a recuperação é um processo, que está a
acontecer, esperando que trajetória de recuperação se mantenha”.Questionada
pelos deputados sobre a realização de uma ligação aérea da SATA com o
Brasil e qual o papel desempenhado pelo acionista do grupo - a Região
Autónoma dos Açores, a secretária regional referiu que o executivo não
interfere na gestão da empresa, sendo esta uma “operação meramente
comercial” decidida pela empresa.