República quer porto comercial das Flores nos Açores mais resiliente a tempestades
13 de out. de 2024, 17:31
— Lusa
“É evidente
a necessidade de uma intervenção mais profunda. Uma intervenção que
permita não apenas recuperar as condições que existiam antes dos
desastres naturais, como para proporcionar à ilha um novo porto com
maior capacidade e principalmente mais resiliente aos fenómenos
resultantes das alterações climáticas e outros fenómenos naturais”,
afirmou Maria da Graça Carvalho.A ministra
discursava após a apresentação do projeto de reconstrução do porto das
Lajes das Flores, integrada na visita da governante à ilha açoriana.Graça
Carvalho destacou o “esforço significativo” do Governo dos Açores
para “responder aos desafios” provocados pela
precariedade daquela infraestrutura por onde é assegurado o
abastecimento às Flores.“Faço votos para
que esta obra seja rapidamente adjudicada e se outra oportunidade não
surgir mais cedo, espero regressar a esta ilha num futuro próximo para
assistir à inauguração do novo porto das Lajes das Flores, mesmo que não
esteja em funções”, reforçou.O porto das
Lajes das Flores foi destruído pela passagem do furacão Lorenzo em
outubro de 2019, tendo sido novamente afetado pela tempestade Efrain em
dezembro de 2022.A ministra do Ambiente
lembrou que o Governo da República alterou o limite máximo de apoio
relativo aos prejuízos causados pelo furacão Lorenzo nos Açores, que
passou a ser de cerca de 270 milhões de euros.”No
âmbito do Sustentável 2030 decidimos reforçar o valor que já se
encontrava lançado para a construção deste porto. Aumentamos o valor na
quota nacional sem que isso prejudique os outros projetos previstos para
a região dos Açores”, recordou.A
ministra, que visitou o porto das Lajes, defendeu tratar-se de um
“investimento significativo, mas absolutamente necessário” e disse ter
uma “grande esperança” de que os florentinos poderão usufruir do novo
porto “daqui a cinco anos”. “A condução
ultraperiférica das regiões autónomas, com todos os desafios adicionais
que isso implica, exigem do governo de Portugal e da própria União
Europeia uma diferenciação pela positiva”, assinalou.E
concluiu: “Como disse numa confidência à senhora secretária regional,
este projeto tem tudo para correr bem porque é um projeto gerido por
mulheres e, portanto, vamos cumprir como sempre cumprimos”, assinalou.Da
parte do Governo dos Açores, a secretária do Turismo, Mobilidade e
Infraestruturas afirmou que o executivo está a “conjugar todas as
variáveis” para dar início à obra “em breve”.“[O
processo] está no bom caminho porque o projeto está praticamente
concluído, estão a terminar a avaliação de impacto ambiental. Está já a
concurso a questão da empreitada. Está nas mãos do júri a avaliação dos
vários concorrentes”, detalhou.Alertando
que o “futuro é já amanhã”, Berta Cabral realçou que a reconstrução do
porto das Lajes vai ser a “maior obra que já se fez nos Açores”.“É
um esforço enorme do ponto de vista da execução física e é um esforço
enorme do ponto de vista da execução financeira. Estão mais de 50
milhões já investidos nas obras que foram feitas para garantir o
abastecimento à população das Flores e temos o porto que irá para além
dos 200 milhões”, salientou.