Representantes do Chile e Peru no Festival de Folclore do Porto Formoso
7 de ago. de 2024, 09:14
— Sara Lima Sousa
A 17.ª edição do Festival Internacional de Folclore do Porto Formoso
arranca por volta das 21h00 do dia 10 de agosto, no próximo sábado, no
porto de pescas daquela freguesia. Em declarações ao Açoriano Oriental,
José Maria Cabral, presidente do Grupo Folclórico do Porto Formoso,
abordou a “mais-valia” que representa trazer grupos internacionais a uma
“freguesia de cerca de 1500 habitantes”.Para além do grupo da casa,
participam o rancho folclórico da Casa do Povo do Livramento, o grupo
folclórico Ilha Verde e representantes do Chile e do Peru, que “prometem
cativar os espetadores”.Do Chile, vem o grupo de música
latino-americana “Bafocla - Warány”, que surgiu em 2010 na comunidade de
San Esteban, integrando elementos autodidatas e profissionais.
Expressam as melodias de “Los Andes” e da América Latina, com uma
linguagem renovada e estilos daquela região do país.Do Peru vem a
companhia artística “Anwan”, fundado em 2014 e com “elevada” qualidade
artística e cénica, devido à sua componente de formação que visa
estimular e desenvolver as competências de jovens e adultos para a
cultura local como forma de saída profissional. Em 2019 foram
selecionados para fazer parte da coreografia da cerimónia de
encerramento dos jogos Pan-Americanos, realizados no estádio Nacional de
Lima.José Maria Cabral informou em primeira mão ao jornal a
novidade da edição deste ano: a abertura do festival, dia 10, será
realizada com uma rapsódia em orquestra, totalmente instrumental, com
todos os tocadores dos grupos internacionais e regionais participantes.
As três músicas escolhidas para a ocasião foram “Ilhas de Bruma”, “Porto
dos Meus Encantos” e a canção da própria freguesia.No dia anterior,
a 9 de agosto, no largo Hintze Ribeiro, os grupos estrangeiros serão
recebidos na Câmara Municipal da Ribeira Grande, pelas 20h00,
seguindo-se uma “batalha de dança” entre os dançarinos dos dois grupos
internacionais e do grupo do Porto Formoso. “É um evento muito diferente
dos outros que costumamos ver a nível de São Miguel e mesmo de
folclore”, referiu o presidente do grupo local.“Nós dançamos algo
deles e eles dançam algo nosso”, acrescentou, caracterizando ainda a
experiência como muito “enriquecedora”. Para José Maria Cabral, “acaba
por ser um convívio enorme” ver grupos do Chile e do Peru a dançar o
“Pezinho da Vila”, por exemplo.Sobre a organização, José Maria
Cabral destacou que este evento “já tem muita logística”, mas que o mais
importante é a “cultura espalhada por todos os grupos, sejam
internacionais, nacionais ou regionais”. O também organizador do evento
garantiu o “compromisso de fazer cada vez melhor de ano para ano”.Ambos
os dias são de entrada gratuita. No espaço do festival, no sábado,
haverá um pequeno mercado com comes e bebes, entre os quais malassadas e
bifanas, adiantou José Maria Cabral. Fatia mais pequena do bolo é “para a cultura e para o folclore” apesar de convitesJosé
Maria Cabral revela ao Açoriano Oriental que está tudo planeado para,
em 2025, o Grupo Folclórico do Porto Formoso ir ao Brasil, atuar em Rio
Grande do Sul.No entanto, o presidente do grupo lamenta a “falta de
apoios à cultura”, uma vez que esta escassez impossibilita o grupo
folclórico de atuar em festivais fora do país mais vezes para além da
que está planeada, apesar de receberem convites todos os anos desde que
organizam o festival.“Como costumo dizer, o folclore é o parente
pobre da cultura”, afirmou José Maria Cabral sobre o dinheiro que “quase
sempre falta para a cultura”, quando “para as outras vértices há
sempre”.Ainda este ano receberam um convite do grupo da Eslováquia, que participou no festival o ano passado.