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10 Junho
Representante da República para os Açores apela ao apoio ao povo ucraniano

O representante da República para os Açores, Pedro Catarino, evocou hoje os valores da democracia e da liberdade e apelou ao apoio à “luta heroica” do povo ucraniano, nas comemorações do Dia de Portugal.


Autor: Lusa /AO Online

“Devemos, com os nossos aliados, dar todo o nosso apoio à luta heroica que estão a travar e oferecer toda a nossa solidariedade para com o povo ucraniano, para aqueles que permaneceram e sofrem as agruras da guerra, para com os milhões de refugiados – alguns dos quais acolhidos em Portugal – mas também para a comunidade ucraniana nos Açores, uma comunidade que aqui se afirmou pelo seu mérito e valor e que agora vê com angústia o seu país natal ser destruído e as suas famílias ameaçadas”, afirmou.

Pedro Catarino falava, em Angra do Heroísmo, nas cerimónias do 10 de junho nos Açores, que contaram com a participação de uma delegação da comunidade ucraniana na ilha Terceira.

O representante da República para os Açores realçou a “resistência extraordinária, corajosa e patriótica” do povo ucraniano, perante uma “agressão bárbara e desumana”, por parte da Rússia, “sem qualquer provocação”.

“A defesa da Ucrânia representa muito mais do que a sua própria sobrevivência. Representa a nossa própria defesa e segurança, a defesa do espaço de liberdade e democracia em que nós próprios vivemos e em que queremos continuar a viver”, avançou.

Segundo Pedro Catarino, os valores da democracia e do estado de direito “estão ameaçados e postos em causa”, assim como o projeto de uma União Europeia “generosa, aberta, democrática, livre, espaço de paz, justiça e prosperidade para todos”.

“Neste dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas devem ser reafirmados com todo o vigor. Sim, são os nossos valores, dos quais não abdicamos. E estamos gratos aos ucranianos por estarem a defendê-los numa primeira linha contra a tirania e o abuso do poder”, frisou.

O representante da República destacou ainda o papel de Portugal, e em particular da base das Lajes, localizada na ilha Terceira, na arquitetura de segurança da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que “assegura a independência e integridade dos seus membros e estabelece uma dissuasão contra qualquer agressão externa”.

A liberdade, defendeu, “não pode ser assumida como certa e adquirida”, “tem um preço” e “implica sacrifícios”.

“Temos de estar unidos na afirmação dos nossos valores e preparados para nos sacrificar para que nos possamos dotar, juntamente com os nossos aliados, dos meios necessários à garantia da nossa segurança, contra possíveis agressores, em defesa de um mundo livre”, declarou.

Pedro Catarino questionou “quem imaginaria que cidadãos pudessem, hoje, nos nossos dias, no coração da Europa, sacrificar as suas vidas pela defesa da sua liberdade e independência?”

“É o que está a suceder hoje na Ucrânia e que amanhã nos pode suceder a nós se formos complacentes e contemporizadores”, alertou.

O Serviço Regional de Saúde dos Açores, a Santa Casa da Misericórdia da Horta e os médicos Francisco Rêgo Costa e Luís Brito de Azevedo foram as instituições e personalidades escolhidas para serem agraciadas no arquipélago, ​​​​​​​no Dia de Portugal.

“Com estas distinções, o senhor Presidente da República pretendeu decerto pôr em relevo o que, no plano social e da saúde, tem sido feito face à pandemia da covid-19 e aos muitos desafios postos à sociedade açoriana para preservar a coesão e tranquilidade social e um normal funcionamento das instituições e da sociedade em geral”, salientou Pedro Catarino.

O representante da República para os Açores elogiou ainda o contributo das Forças Armadas no combate à pandemia e no acompanhamento da crise sismovulcânica, que decorre desde 19 de março na ilha de São Jorge, deixando uma palavra à população daquela ilha.

“Os meus pensamentos e as minhas preces vão para os habitantes da ilha de São Jorge, que viveram no passado recente momentos de incerteza devido à atividade sísmica e possibilidade de uma erupção que felizmente tem vindo a desvanecer-se”, disse.