Representante da República diz que Açores podem ter papel relevante no combate às alterações climáticas
31 de dez. de 2019, 06:49
— Lusa/AO Online
“Os Açores, no meio do Atlântico e com
as suas características arquipelágicas, apresentam vulnerabilidades
particulares, mas poderão ao mesmo tempo ter um papel especialmente
relevante na resposta aos desafios que as alterações climáticas
colocam”, adiantou.Segundo Pedro Catarino,
os Açores devem ser olhados como um “ecossistema particular,
especialmente sensível e rico”, mas também como “um modelo para o país e
para o mundo”.“Os Açores devem estar na
vanguarda da luta em defesa do ambiente, na investigação científica
sobre os oceanos e os fundos marinhos, na descarbonização total da
região”, afirmou, alegando que a próxima presidência portuguesa da União
Europeia “deve ser olhada como uma janela de oportunidade para ser dada
maior proeminência aos Açores relativamente aos assuntos do Mar e do
Ambiente”.O Representante da República
considerou mesmo que a região pode ambicionar acolher “uma das cimeiras
dos Oceanos ou do Clima” dentro de cinco ou seis anos.Pedro
Catarino defendeu que o arquipélago pode ser “um oásis em matéria de
poluição e de valorização da natureza” e “afirmar-se como um destino
turístico de eleição, marcado pela sustentabilidade”, mas para tal disse
ser fundamental que “as medidas governativas com impacto no ambiente
sejam publicamente escrutinadas”.“Antigas
práticas agrícolas e industriais terão de ser revisitadas, no sentido de
reduzir ao máximo os seus impactos. Além disso, é fundamental fazer um
esforço de adoção das novas formas de energia e das novas tecnologias
amigas do ambiente. Pense-se, por exemplo, que o principal problema que
os veículos elétricos ainda colocam aos consumidores – o da autonomia
das suas baterias – não se coloca nos Açores”, apontou, apelando ainda
às escolas para que encorajem a comunidade escolar a “abrir-se a novas
iniciativas”.Numa mensagem em que desejou
votos de um novo ano “próspero e feliz”, num mundo “mais humano e mais
justo”, o Representante da República para os Açores considerou
“imperativo” que todos mudem comportamentos para “corrigir a rota
autodestrutiva” que o mundo enfrenta, alegando que “é fundamental que a
investigação científica e a inovação tecnológica sejam colocadas ao
serviço da qualidade de vida das pessoas e não simplesmente dos
interesses económicos”.Pedro Catarino
apelou, por outro lado, aos açorianos para que exerçam o “direito e
dever cívico” de votar nas eleições legislativas regionais, que se
realizam em 2020.“Que ninguém fique em
casa, é o meu apelo. Que todos participem na alegria de vivermos em paz e
harmonia. Que as eleições sejam uma festa da democracia em que todos,
para além das suas diferenças, se sintam unidos na mesma comunidade
fraterna e solidária”, reforçou.