Repostos sistemas informáticos nos aeroportos espanhóis após falha na Microsoft
19 de jul. de 2024, 16:00
— Lusa/AO Online
A
empresa que gere todos os aeroportos civis de Espanha, a Aena, revelou
que às 14h30 em Madrid (13h30 em Lisboa) estavam restabelecidos "os
principais sistemas" e que até à mesma hora tinham sido cancelados 105
voos pelas companhias aéreas.Segundo a empresa, tinham já sido concretizados 3.520 dos mais de 7.000 voos previstos para hoje nos aeroportos de Espanha. A
falha da Microsoft afetou, sobretudo, o 'check in' (registo) de
passageiros e bagagens, que em muitos casos foi feito manualmente
durante a manhã, mas todos os aeroportos estiveram a operar em
permanência, sublinhou a empresa."Algumas
companhias aéreas estão a ajustar a sua operação e continuam a trabalhar
para restabelecer os seus sistemas também afetados" e os passageiros
devem, por isso, contactar as empresas a quem compraram os voos antes de
irem para o aeroporto, apelou a Aena, num comunicado.A
Aena é o maior gestor aeroportuário mundial, sendo responsável, direta
ou indiretamente, por perto de 80 infraestruturas em vários países (46
em Espanha, 32 na América e uma no Reino Unido). A empresa é detida em
51% pelo Estado espanhol.Os ministros dos
Transportes e do Turismo de Espanha, Oscar Puente e Jordi Hereu,
asseguraram ao final da manhã que a falha na Microsoft, apesar de afetar
todos os aeroportos do país e ter provocado atrasos, não tinha
originado perturbações graves.A
perturbação nos sistemas informáticos coincidiu com a véspera de feriado
e um período de férias de verão, sendo que Espanha é o segundo maior
destino turístico do mundo, a seguir à França.A
perturbação nos aeroportos foi o maior impacto em Espanha da falha na
Microsoft, mas outras empresas como companhias aéreas, bancos, os
Correios, a operadora de telecomunicações Movistar ou hospitais
comunicaram também estar a ter problemas em alguns sistemas e serviços.A falha global no sistema da Microsoft está a causar problemas em empresas e serviços públicos em vários pontos do mundo.A gigante tecnológica Microsoft disse estar a tomar “medidas de mitigação”.Segundo
o grupo norte-americano de cibersegurança Crowdstrike, a causa da falha
nos sistemas da Microsoft foi já identificada e está em vias de ser
corrigida.“Não se trata de um incidente de
segurança ou de um ciberataque”, disse o chefe da CrowdStrike, George
Kurtz, nas redes sociais, citado pela agência francesa AFP.Kurtz
referiu que a CrowdStrike “está a trabalhar ativamente com os clientes
afetados por uma falha encontrada numa única atualização de conteúdos
para os utilizadores do Windows”.A
atualização continha erros que provocaram uma falha no Azure, a
plataforma de computação em nuvem criada pela Microsoft para construir,
testar, implementar e gerir aplicações e serviços utilizando uma
infraestrutura global, explicaram técnicos à agência espanhola EFE.A
falha levou ao aparecimento de ecrãs azuis ou “ecrãs da morte” em todo o
mundo, mostrando que os sistemas tinham deixado de funcionar e que os
servidores tinham de ser reiniciados.