Renovação do Hospital de Ponta Delgada começará pelo lado poente
27 de set. de 2024, 16:14
— Lusa/AO Online
“A
renovação do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) começará pelo
lado poente, atualmente praticamente desocupado. É esta a razão de não
estarmos dentro do edifício, com utentes dentro do edifício não
conseguiríamos fazer qualquer intervenção”, disse o enfermeiro
Pedro Brázio.O profissional de saúde
falava numa conferência de imprensa junto ao hospital modular, que está a
ser construído no perímetro do HDES e cuja urgência foi inaugurada
recentemente.O Hospital de Ponta Delgada,
na ilha de São Miguel, foi afetado por um incêndio no dia 04 de maio,
que obrigou à transferência de todos os doentes internados para outras
unidades de saúde, incluindo para fora da região.Na
conferência de imprensa, Pedro Brázio disse ainda que quando terminar a
intervenção na parte poente do hospital, vão transferir os serviços da
ala nascente para iniciarem os trabalhos de reconstrução e reabilitação
nessa zona.“O hospital modular será nosso
apoio para fazer estas manobras. Agora é uma urgência, amanhã será um
internamento e tudo o resto que precisarmos dele”, explicou, indicando
que está a ser elaborado o plano funcional.O
enfermeiro disse ainda que a direção técnica recebeu na quinta-feira
“todas as garantias do senhor presidente do Governo Regional e da
senhora secretária regional da Saúde de que teremos todas as condições
técnicas, financeiras e de gestão, para cumprir o compromisso que
estabelecemos no dia 04 de maio, ou seja, de devolver à região o seu bem
mais valioso, o HDES”.A direção técnica
indicou ter como objetivo “tranquilizar a população e os profissionais
de saúde sobre o presente e o futuro”, tendo Pedro Brázio reiterado que
“até final do ano” o hospital modular estará construído e equipado,
inclusive dotado com bloco de partos, o que permitirá sair, “em
definitivo”, do hospital privado da CUF Açores, na cidade da Lagoa, em
São Miguel.O profissional de saúde lembrou
que o incêndio no maior hospital dos Açores "obrigou a evacuar" a
unidade de saúde, numa "manobra inédita na Europa" e que as
"debilidades" do edifício "só poderão ser corrigidas sem utentes dentro
do hospital", daí a importância da construção do hospital modular, “que
dará o suporte que precisamos enquanto estivermos a intervir, de forma
profunda, no HDES”."Este hospital modular
não é o HDES (...) Mas, este hospital modular permitirá manter-nos a
laborar durante o tempo necessário para requalificar e redimensionar o
velhinho HDES".Por seu turno, a diretora
clínica do hospital, Paula Macedo, explicou que "a razão da conferência
de imprensa é de prestar contas à população, no sentido de garantir
tranquilidade e capacidade de resposta dos serviços do HDES”.Reafirmando
que o Governo Regional deu "total disponibilidade financeira, técnica e
de gestão a um projeto inicial" para o hospital, a médica disse que o
“objetivo final não é só dar capacidade de resposta aos utentes e
profissionais de saúde, mas também garantir que seja feito de modo
eficaz”.Paula Macedo assegurou ainda que
já foi possível "recuperar mais de metade do espaço do HDES" nas suas
várias valências, destacando a recente abertura de três salas de bloco
operatório.