Rendimento da atividade agrícola deve cair 2,4% em 2017
13 de dez. de 2017, 12:11
— Lusa/AO online
De
acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), esta diminuição
“foi determinada pela expressiva redução” dos ‘outros subsídios à
produção’ (-25,4%) face ao “significativo montante” atribuído em 2016,
já que o Valor Acrescentado Bruto (VAB) aumentou 4,5% (diminuição de
1,5% em 2016) e o volume de mão-de-obra agrícola terá diminuído 4,4%.Para
o aumento nominal de 4,5% do VAB contribuiu a variação positiva da
produção do ramo agrícola (+4,0%), conjugada com uma variação positiva
“menos acentuada” do consumo intermédio (+3,7%), perspetivando-se, em
termos reais, um aumento de 5,8% do VAB.O
acréscimo nominal de 4,0% da produção do ramo agrícola resultou de um
aumento do volume (+3,9%) e de uma estabilização dos preços base
(+0,1%), devendo a evolução dos preços no produtor (+0,6%) ser atenuada
por uma diminuição dos subsídios aos produtos (-16,0%).Já
a evolução nominal de 4,4% prevista para a produção vegetal em 2017
resulta de um acréscimo em volume (+7,2%) e de uma redução dos preços de
base (-2,7%), com a produção de vegetais e produtos hortícolas e de
frutos a ser “determinante” no crescimento deste segmento.As
estimativas para a produção de cereais apontam para um volume inferior a
2016 já que, à exceção do milho (+4,2%), todos os cereais apresentam
menor volume de produção devido à escassez de precipitação e às altas
temperaturas registadas. O preço no produtor para os cereais deverá
registar um decréscimo (-0,8%).Quanto
aos vegetais e produtos hortícolas, prevê-se um aumento em volume
(+5,1%), enquanto a produção de batata terá aumentado 13,75 e a dos
frutos 17,2%, “consequência de uma maior produção de maçã, pera,
pêssego, kiwi (cuja produção de 31 mil toneladas foi “a maior de
sempre), frutos de baga e amêndoa”. Em
relação à produção de vinho, as estimativas apontam para um acréscimo
nominal (+10,0%), e na produção de azeite é expectável um decréscimo de
produção em volume (-9,3%) e um aumento dos preços de base (+29,6%). Este
ano, a produção animal deverá registar um acréscimo em valor de 3,2%
face a 2016, em resultado de um aumento dos preços de base (+4,2%), já
que o volume diminuiu 1,0%.Os produtos que mais contribuíram para esta evolução foram os suínos, as aves, o leite e os ovos.O
INE estima que, este ano, o consumo intermédio (CI) aumente 3,7% em
termos nominais, na sequência de acréscimos em volume (+2,8%) e preço
(+0,8%). “A
variação nominal positiva é o resultado de um aumento generalizado dos
produtos para CI, particularmente da energia (+14,9%) e dos
fertilizantes (11,9%)”, refere, antecipando que “a conjugação de um
acréscimo dos preços mais acentuado no CI do que na produção (+0,8% e
+0,1%, respetivamente) deverá gerar condições menos favoráveis ao
produtor agrícola do que as observadas 2016”.Em
relação ao peso do VAB do ramo agrícola na economia nacional, a
importância relativa da agricultura deverá manter-se idêntico a 2016,
nos 1,6%.Até 31 de janeiro de 2018 o INE irá efetuar uma segunda estimativa das contas económicas da agricultura.