Relatos de racismo de imigrantes brasileiros em Portugal serão objeto de relatório
24 de abr. de 2023, 15:22
— Lusa
Em
entrevista à agência Lusa, após um encontro no Observatório do Racismo e
Xenofobia português e com um coletivo de mulheres migrantes, Anielle
Franco disse que há uma busca de “soluções em ambos os países para
acolher” devidamente os imigrantes, particularmente as mulheres que, em
Portugal, têm sido objeto de xenofobia, segundo vários ativistas. “A
gente sabe que a maioria das pessoas brasileiras que moram aqui são
mulheres e é importante que a gente possa cuidar do povo tanto aqui
quanto lá”, explicou a ministra, que integra uma visita a Portugal da
comitiva governamental brasileira liderada pelo Presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. “A nossa primeira atitude
foi nos oferecemos para colaborarmos com o Observatório”, com “um
protocolo de cooperação entre Brasil, Portugal, para que possamos com
alguma universidade de lá, o nosso ministério, o Ministério de Relações
Exteriores e o Ministério das Mulheres, pautarmos esses dados” de
queixas e relatos de xenofobia por parte da comunidade, afirmou.Este
levantamento visa apoiar Portugal nas medidas de integração dos
imigrantes. “É o nosso povo que aqui está e a gente pode também
colaborar” com as autoridades portuguesas, explicou a governante, que
não deu pormenores sobre as queixas mas assegurou que os relatos serão
coligidos e entregues à diplomacia brasileira. “Estive
com o ministro Mauro Vieira [Relações Exteriores] subindo no elevador
agora e comentei com ele a importância de a gente poder passar para ele
esse relatório de tudo o que foi recebido sobre fobia, racismo” dos
imigrantes, mas também sobre a “falta de acesso à súde, falta de acesso a
alguns serviços que dependem de um número”, como na saúde ou justiça”,
explicou. “Ter ouvido os relatos hoje me
fez entender da importância de estarmos cada vez mais próximos desse
povo aqui também, eu entendi todas as demandas, nós acolhemos as
demandas e eu acho que a realidade que é passada, por exemplo, muitas
vezes lá fora, se a gente não tivesse vindo e colhido, não saberíamos”
de facto, acrescentou.