Relatório sobre passagem do furacão Lorenzo aprovado em comissão
1 de set. de 2020, 19:15
— Lusa/AO online
O
documento, que foi hoje votado em reunião do grupo que acompanha a
matéria e, posteriormente, na Comissão Permanente de Economia, acolheu
os votos favoráveis do PS e do BE, contra do PSD e a abstenção do
CDS-PP.Em declaração política, o deputado
Luís Garcia, do PSD, considerou que este é “um relatório de atividade do
Governo Regional e não propriamente do grupo de trabalho” e
categoriza-o como “parcial” e “pouco democrático”, já que se limita a
“descrever, e, nalguns domínios, de forma seletiva, a atividade do
governo e não há contraditório”.André
Rodrigues, deputado socialista e coordenador do grupo, afirma por seu
turno que o documento “faz a síntese da avaliação e do acompanhamento
que foi pedido na resolução que foi aprovada” e aponta para
constrangimentos de tempo, bem como para a extensão do objeto analisado.Já
o CDS-PP teria “escolhido uma outra estrutura”, uma vez que o documento
“não reflete de forma exaustiva o trabalho desenvolvido”, omitindo o
trabalho dos deputados e dos vários agentes que foram ouvidos nos
trabalhos parlamentares, e destacou que as alterações sugeridas, que
foram acatadas, “melhoraram significativamente” o documento, afirmou o
centrista Alonso Miguel.Também o Bloco de
Esquerda lamentou a falta de tempo para analisar o texto, mas, vendo
aceites as sugestões apresentadas, votou favoravelmente a um relatório
que, de “forma genérica, cumpre grande parte dos objetivos”, declarou o
líder parlamentar bloquista, António Lima.O
representante do PPM no parlamento açoriano, Paulo Estêvão, que não tem
direito a voto mas participou nos trabalhos, lamentou a falta de
referência ao “falhanço tremendo” do Governo Regional “no abastecimento à
ilha das Flores, antes do fretamento do navio Malena” e ao facto
“inaceitável de que, passado um ano, o dispositivo de abastecimento
marítimo ainda esteja a funcionar com fortes condicionalismos” na ilha
do Corvo.Esta foi uma matéria que, por
sugestão do CDS-PP, entrou na redação final, onde se lê que, “sem
prejuízo de terem sido encontradas soluções para garantir o
abastecimento de mercadorias e bens essenciais à ilha do Corvo,
nomeadamente por via aérea, não foi ainda possível encontrar uma solução
que permita normalizar o abastecimento por via marítima, especialmente
no que se refere ao período de inverno”.“Será,
por isso, essencial que se consiga a substituição do atual navio ou que
se recorra/subcontrate outros navios durante o período de inverno,
providenciando mais regularidade e fiabilidade ao modelo e à economia da
ilha do Corvo”, concretiza o ponto 37.O
extenso documento, a que a Lusa teve acesso, apresenta 41 conclusões,
sendo a última aquela que foi mais destacada e que recomenda que o
“acompanhamento e avaliação dos impactos e consequências diretas e
indiretas da passagem do Furacão Lorenzo, devem-se consubstanciar na
prossecução do grupo de trabalho na próxima legislatura”, subsequente às
eleições regionais de outubro.É ainda
referido que as maiores empreitadas de recuperação “terão impacto em
vários anos civis” e que o contexto de pandemia atrasou alguns dos
procedimentos necessários.A passagem do
furacão Lorenzo pelos Açores, em outubro de 2019, causou a destruição
total do porto das Lajes das Flores, que deverá ser reconstruído a
partir de 2021.Durante a passagem do Lorenzo foram registadas 255 ocorrências e 53 pessoas tiveram de ser realojadas.