Relatório sobre fogos de outubro entregue no parlamento
20 de mar. de 2018, 10:01
— Lusa/AO online
A
data de entrega do relatório foi comunicada pelo presidente da
Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, em 02 de fevereiro, na
conferência de líderes parlamentares, em Lisboa.As
centenas de fogos que deflagraram no dia 15 de outubro, o pior dia de
fogos de 2017 segundo as autoridades, e que atingiram 27 concelhos da
região Centro, provocaram 46 mortos e cerca de 70 feridos.Estes
incêndios destruíram total ou parcialmente cerca de 800 habitações
permanentes, quase 500 empresas e extensas áreas de floresta nos
distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu.Esta foi a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, no distrito de Leiria.A
comissão técnica independente já tinha apresentado um relatório quanto
aos incêndios rurais de junho de 2017 na região Centro, em particular o
fogo que deflagrou no dia 17 em Pedrógão Grande e que se propagou depois
a vários concelhos limítrofes.O
relatório final dos fogos de junho, que analisa incêndios em 11
concelhos dos distritos de Leiria, Coimbra e Castelo Branco ocorridos
entre 17 e 24 de junho, refere que, apesar de o fogo de Pedrógão ter
tido origem em descargas elétricas na rede de distribuição, um alerta
precoce poderia ter evitado a maioria das 64 mortes registadas.Apesar
de a contabilização oficial indicar 64 vítimas mortais nos incêndios de
junho, há registo de um total de 66 mortos, já que houve ainda registo
de uma mulher que morreu atropelada ao fugir das chamas e uma outra que
estava internada desde então, em Coimbra, e acabou também por morrer.Deste fogo resultaram ainda mais de 250 feridos.O
relatório dos incêndios de junho refere também que “não foram
mobilizados totalmente os meios disponíveis” no combate inicial e houve
falhas no comando dos bombeiros. A GNR fica, por outro lado, ilibada de
direcionar carros para a Estrada Nacional 236, onde morreram cerca de
metade das vítimas.O
documento aponta falta de conhecimento técnico no sistema de defesa
florestal e falta de preparação dos atuais sistemas de combate às chamas
para as alterações climáticas, confirmando, por outro lado, falhas de
comunicação do Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de
Portugal (SIRESP).Na
sequência da divulgação do relatório, o primeiro-ministro, António
Costa, afirmou que o Governo assumiria todas as responsabilidades
políticas, se fosse caso disso.Além
das 112 mortes registadas nos incêndios de junho e de outubro, há
registo de, pelo menos, mais cinco vítimas mortais nas regiões Norte e
Centro nos fogos rurais ocorridos no último ano.Os
incêndios florestais de 2017 consumiram cerca de 500 mil hectares de
floresta e destruíram mais de duas mil casas, empresas e explorações
agrícolas.