Relatório conclui que incêndio no hospital de Ponta Delgada teve origem nas baterias dos condensadores
1 de jul. de 2024, 12:52
— Lusa/AO Online
“Tal
como foi afirmado por mim na semana após o incêndio, e confirmado por
este relatório, a origem do incêndio está associada a falência de
equipamentos, nomeadamente nas baterias dos condensadores existentes no
compartimento técnico por baixo do grupo de geradores, localizado no
piso 1 do hospital. Aguardamos o relatório técnico detalhado, que carece
de uma maior densificação técnica”, adiantou a titular da pasta da
Saúde nos Açores, Mónica Seidi, numa conferência de imprensa em Angra do
Heroísmo, na ilha Terceira.Segundo a
governante, o relatório técnico de averiguação das causas do incêndio,
solicitado ao conselho diretivo dos Açores da Ordem dos Engenheiros, foi
entregue “no início da semana passada”, mas o conselho de administração
do hospital aguarda ainda por um “relatório detalhado”.“Não obstante estarem extraídas as conclusões, estas ainda se encontram em fase de fundamentação técnica escrita”, explicou.O
relatório técnico “resultou de visitas ao local do incêndio, da audição
de trabalhadores e da análise de documentação solicitada pelos
peritos”.Mónica Seidi disse que o
documento já entregue apresenta as conclusões e faz recomendações ao
conselho de administração e “uma sugestão ao Governo Regional quanto às
necessárias medidas a adotar”.No entanto, a
tutela decidiu não tornar público o documento, neste momento, uma vez
que decorre um processo de inquérito e averiguações pela Polícia
Judiciária e o conselho de administração do HDES “enviou um requerimento
ao juiz de instrução criminal a solicitar a junção aos autos deste
relatório”.“Aguardamos uma decisão do juiz
de instrução criminal, pelo que o teor do relatório será trabalhado
como informação reservada até haver uma pronúncia do juiz de instrução
criminal”, afirmou.A governante revelou, ainda assim, que o relatório concluiu que a origem do incêndio esteve “nas baterias dos condensadores”.“É
uma falha de equipamento e atendendo à especificidade daquele material
poderá acontecer. Essas baterias eram vistoriadas de forma regular.
Portanto, temos de perceber ainda melhor o que aconteceu, mas é essa
fundamentação técnica detalhada que contamos que nos seja entregue no
segundo relatório”, apontou, acrescentando que ainda não há um prazo
para que esse documento esteja concluído.Sem
revelar qual foi a sugestão dada ao executivo açoriano no relatório,
Mónica Seidi disse que era uma medida que “o Governo Regional já
pensaria adotar”.“Há medidas que ao longo
destes quase dois meses foram sendo implementadas. Contudo, e por forma a
cumprir a decisão do conselho de administração de solicitar o
requerimento ao juiz de instrução criminal, enquanto não houver uma
pronúncia do próprio juiz não compete a mim estar a falar de forma mais
pormenorizada do referido relatório”, salientou.A
governante adiantou, contudo, que “todos os quadros elétricos do
hospital já foram à data de hoje inspecionados, ao nível do risco de
incêndio”.“Qualquer edifício em que haja
sistemas elétricos tem naturalmente um risco de incêndio acrescido. No
caso do hospital, como tinha, por exemplo, um posto de transformação
único, tem neste momento três postos de transformação, que estão com uma
localização exterior e isso por si só reduz o risco associado”,
acrescentou.A titular da pasta da Saúde
referiu ainda que, “durante esta semana”, o grupo de trabalho criado
para avaliar os danos do incêndio no HDES “submeterá à Assembleia
Legislativa da Região Autónoma dos Açores o primeiro relatório
preliminar produzido neste âmbito, após três reuniões que já aconteceram
desde 31 de maio”.