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Rejeitadas declarações de Gaudêncio sobre Monte Verde

A associação ambiental Save Azores Waves e o movimento cívico SOS Monte Verde “rejeitam e refutam” as declarações do presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio, afirmando que as avaliações e objeções da Save Azores Waves e do SOS Monte Verde “assentam em pareceres técnicos especializados”


Autor: Rui Jorge Cabral

E salientam, em comunicado, que “os próprios responsáveis pelo projeto, nos seus pareceres, reconhecem a ausência de estudos detalhados sobre a dinâmica das areias em condições de inverno e alertam para o potencial agravamento da erosão costeira”.  

Recorde-se que na passada semana e em declarações ao Açoriano Oriental, o presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio, lamentou o “timing”  da preocupação manifestada pela Save Azores Waves e pelo SOS Monte Verde, alertando para o “grave risco” de desassoreamento e possível desaparecimento de uma parte substancial da Praia do Monte Verde, devido à obra de reabilitação da Envolvente ao Monte Verde atualmente em fase de concurso público pela autarquia.

E conforme afirmou Alexandre Gaudêncio, “há cerca de dois anos aprovámos uma unidade de execução para toda a frente mar, incluindo a praia de Monte Verde, existiu a discussão pública e, naquela altura, ninguém se manifestou ou sequer fez alguma reação sobre a proposta”. 

Em comunicado, é referido que desde 2022, “a Save Azores Waves manifestou diretamente ao sr. Presidente da Câmara a sua discordância com o projeto apresentado, tendo inclusive sugerido alterações para evitar prejuízos à praia” e que “em setembro de 2024, o SOS Monte Verde, em reunião realizada na Câmara, expressou preocupações relativas à volumetria do projeto, ao impacto no areal e ao corte da Levada da Condessa”.

A Save Azores Waves e o SOS Monte Verde lembram ainda que, mais do que uma vez em sessões públicas o ainda autarca da Ribeira Grande manifestou “a sua abertura para rever o projeto” antes do lançamento do concurso”, lamentando, por isso,  que o concurso tenha sido lançado “à revelia de todas as preocupações manifestadas”.

Face a esta situação, a Save Azores Waves e o SOS Monte Verde admitem o “recurso a todos os meios legais” para garantir que a Praia do Monte Verde “não seja novamente mutilada e destruída pela incúria, ignorância e interesses de alguns decisores políticos transitórios”.