Reino Unido regista 981 mortes num dia e alarga restrições a mais regiões
Covid-19
30 de dez. de 2020, 18:18
— Lusa/AO Online
Na terça-feira tinham sido registadas 414 mortes e um recorde diário de 53.135 novas infeções.Desde
o início da pandemia, foram contabilizadas 72.548 mortes de pessoas
infetadas 28 dias após o diagnóstico com a doença, e são 2.432.888 os
casos de pessoas contagiadas pelo novo coronavírus no Reino Unido. O
número de infetados hospitalizados chegou a 23.771, mais 1.251 do que
na véspera e acima dos valores registados no pico anterior da pandemia,
na primavera.O nível elevado de infeções
levou o ministro da Saúde, Matt Hancock, a anunciar no parlamento que é
necessário colocar sob confinamento mais regiões do centro, sul e norte
da Inglaterra a partir de quinta-feira para conter a propagação do
vírus. Assim, cerca de 75% da população
vai passar a estar no nível 4, o mais alto da escala de restrições, que
implica o encerramento de bares e restaurantes, salvo se estes venderem
para fora, cinemas, teatros e hotéis.Nessas
áreas, os moradores são aconselhados a ficar em casa exceto para
comprar comida, trabalhar, estudar ou fazer exercício, a mesma
recomendação dada durante os anteriores períodos de confinamento.Quanto
às escolas secundárias, previstas para reabrir na próxima semana, o
governo decidiu adiar o regresso às aulas por uma ou duas semanas,
dependendo do ano de escolaridade. A
maioria das escolas primárias poderão funcionar normalmente na próxima
semana, mas num “pequeno número de áreas” de Inglaterra, onde as taxas
de infeção de covid-19 são mais altas, vão continuar temporariamente
fechadas. Esta manhã, o Ministério da
Saúde britânico anunciou ter aceitado uma recomendação da Agência
Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde para autorizar o uso da
vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela
farmacêutica AstraZeneca.O Reino Unido comprou 100 milhões de doses da vacina e planeia começar as injeções dentro de alguns dias. Cerca
de 800 mil pessoas no Reino Unido já receberam uma vacina diferente,
produzida pela farmacêutica norte-americana Pfizer e pela empresa alemã
BioNTech.Resultados parciais de estudos em
quase 24.000 pessoas na Grã-Bretanha, Brasil e África do Sul sugerem
que a vacina Oxford/AstraZeneca é segura e cerca de 70% eficaz na
prevenção da infeção por coronavírus, um nível aparentemente inferior a
outras vacinas concorrentes.Porém, o
presidente executivo da AstraZeneca, Pascal Soriot, disse recentemente
ao jornal Sunday Times que está confiante de que a vacina será tão
eficaz quanto as suas rivais.As vacinas
contra o coronavírus são normalmente administradas em duas doses, com
uma injeção inicial seguida de um reforço entre três a quatro semanas
depois.Mas o governo britânico mudou a
abordagem e disse que vai dar uma dose da AstraZeneca ao maior número
possível de pessoas, que se acredita dar um grande grau de proteção
contra o vírus, e uma segunda dose 12 semanas depois, mantendo a
prioridade dada a pessoas mais vulneráveis e com maior risco. "O
lançamento começará a 04 de janeiro e acelerará verdadeiramente nas
primeiras semanas do ano", afirmou o ministro da Saúde britânico, Matt
Hancock, à Sky News.A vacina
Oxford-AstraZeneca tem a vantagem de custar menos e ser mais fácil de
administrar porque pode ser guardada em frigoríficos normais, em vez das
temperaturas muito baixas necessárias para a vacina Pfizer/BioNTech.