Reino Unido junta-se aos EUA e começa a retirar diplomatas de Kiev
Ucrânia
24 de jan. de 2022, 15:32
— Lusa/AO Online
“Alguns funcionários da
embaixada” e os seus familiares “estão a retirar-se de Kiev em resposta à
crescente ameaça da Rússia”, segundo o Ministério dos Negócios
Estrangeiros britânico, citado pela agência de notícias France-Presse
(AFP).O ministério disse que a embaixada em Kiev “permanece aberta e continuará a levar a cabo as suas tarefas essenciais”.O
anúncio do Reino Unido segue-se à decisão dos Estados Unidos de ordenar
às famílias dos seus diplomatas que abandonem a Ucrânia “devido à
ameaça persistente de uma operação militar russa”.O
pessoal local e não-essencial pode deixar a embaixada se desejar e os
norte-americanos residentes na Ucrânia “devem agora considerar”
abandonar o país vizinho da Rússia em voos comerciais ou por outros
meios de transporte, disse o Departamento de Estado num comunicado.“A
situação de segurança, especialmente ao longo das fronteiras
ucranianas, na Crimeia ocupada pela Rússia e na região de Donetsk,
controlada pela Rússia, é imprevisível e pode degradar-se a qualquer
momento”, acrescentou.A Rússia concentrou
cerca de 10.000 soldados na sua fronteira com a Ucrânia nos últimos
meses, o que levou os Estados Unidos e os aliados da Organização do
Tratado do Atlântico Norte (NATO) a acusar Moscovo de pretender invadir
novamente o país vizinho, depois de ter ocupado e anexado a Crimeia em
2014.Em Bruxelas, o chefe da diplomacia da
União Europeia, o espanhol Josep Borrell, disse que a UE não está a
pensar ordenar a retirada do seu pessoal diplomático da Ucrânia, a
menos que os EUA partilhem “mais informação” que justifique tal medida.Borrell
lembrou que o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, vai
participar hoje, por videoconferência, numa reunião dos ministros dos
Negócios Estrangeiros da UE sobre a situação de segurança na Ucrânia.“Blinken
vai explicar-nos a razão desse anúncio. Nós não vamos fazer o mesmo,
pois não temos razões específicas para tal. Penso que não devemos
dramatizar. Enquanto as negociações prosseguirem, e elas estão a
prosseguir, não creio que tenhamos de deixar a Ucrânia”, disse Borrel
aos jornalistas ao entrar para a reunião.“Mas
talvez Blinken tenha mais informação para partilhar connosco”,
acrescentou o Alto Representante da União Europeia para a Política
Externa e de Segurança.Borrel disse que a
UE tem mantido “uma forte coordenação” com os EUA relativamente à
Ucrânia, “sendo informada antes, durante e depois dos encontros”
mantidos pelos norte-americanos para alcançar uma solução negociada e
pacífica com a Rússia.Portugal está representado na reunião em Bruxelas pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.