Autor: Lusa / AO online
Em declarações à BBC no dia em que o seu partido - Conservador - inicia um congresso em Manchester, Cameron opôs-se a uma eventual saída do Reino Unido da UE e afastou a possibilidade de realizar um referendo sobre a presença do país na UE.
"Não quero que o Reino Unido abandone a UE. Penso que essa é a resposta errada do Reino Unido", declarou, considerando que "o que a maioria dos cidadãos [britânicos] quer não é deixar a União Europeia, mas reformá-la e garantir um melhor equilíbrio de poderes entre um país como o Reino Unido e a Europa".
Estas observações surgem num momento em que alguns deputados suscitam a necessidade de discutir a atual posição britânica na Europa perante a crise da dívida pública.
David Cameron sublinhou que a "prioridade urgente" é resolver a situação da zona euro: "A prioridade do
Governo agora é solucionar a eurozona, fazer com que as economias europeias voltem a crescer".
O governante conservador considerou necessária a adoção de medidas nas próximas semanas "para reforçar os bancos europeus, construir as defesas de que a zona euro necessita e enfrentar o problema da dívida de maneira decisiva".
"A eurozona representa uma ameaça para si própria, mas também uma ameaça para a economia britânica e uma ameaça para a economia mundial", declarou o primeiro-ministro, que afirmou ainda que gostaria de ver os "dirigentes europeus arregaçar as mangas e fazer funcionar o mercado único".
O desaparecimento do euro seria "muito negativo" para o Reino Unido, alertou David Cameron, recordando que o seu país, apesar de não pertencer à eurozona, realiza 40 por cento das suas exportações para esta região.
"Necessitamos desse mercado único. Somos um país de comércio e é vital para o nosso futuro económico", declarou.
Do congresso anual do Partido Conservador, que se prolonga por cinco dias, deverão sair novas propostas de impulso à economia britânica.
O Partido Conservador, atualmente no poder, começa hoje em Manchester o congresso anual onde se espera que os membros do Governo revelem novas medidas de impulso à economia britânica.
Durante a manhã, cerca de 35 mil pessoas manifestaram-se de forma pacífica nas ruas de Manchester para pedir "emprego, crescimento e justiça".
Manifestantes empunhavam cartazes onde se lia: "Os cortes não são a solução", "Manchester, uma cidade unida contra os cortes" e ainda "Ele deve sair", uma mensagem dirigida a David Cameron.