Autor: Susete Rodrigues
A nota informativa explica que o monarca ficará “alojado no histórico Palácio do Jardim José do Canto, em Ponta Delgada”, e irá visitar alguns lugares simbólicos da ilha de São Miguel, nomeadamente “as Caldeiras das Furnas, o Parque Terra Nostra, a Lagoa das Sete Cidades, o Convento de Nossa Senhora da Esperança, o Convento de Nossa Senhora de Belém, o centro histórico de Ponta Delgada, bem como uma visita à Quinta do Rochão”.
Durante a estada, Sua Majestade será “oficialmente recebido pelo presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada e pelo presidente do Governo Regional dos Açores, num gesto institucional de cortesia e respeito que assinala a dimensão histórica desta visita”.
O ponto alto da visita terá lugar no dia 28 de julho, com o descerramento oficial da pintura “Raízes do Silêncio”, do artista açoriano Martim Cymbron, nos jardins do Palácio José do Canto.
A obra, que “passa a integrar a Galeria de Pintura Açoriana do palácio, representa uma fusão visual e espiritual entre o Egito ancestral e o universo insular açoriano, evocando pirâmides, raízes subterrâneas e arquitetura identitária”.
A visita terminará a 31 de julho, com um jantar reservado.
A nota informativa explica que “esta deslocação reveste-se de especial significado, por representar a primeira vez que um membro da antiga Casa Real do Egito pisa solo açoriano, num gesto de aproximação entre culturas, geografias e heranças civilizacionais”.
Fuad II, nascido no Cairo em 1952, foi o último Rei do Egito. Filho do Rei Faruque I e da Rainha Narriman, ascendeu ao trono com apenas seis meses, após a abdicação do pai, em plena transição política da revolução de 1952. Com a proclamação da República no ano seguinte, iniciou um exílio vivido com discrição e dignidade, sobretudo na Suíça e em França.
“Figura de reconciliação simbólica e de continuidade histórica, a sua presença nos Açores representa um tributo silencioso à cultura da permanência, à profundidade da paisagem e à nobreza discreta dos gestos que perduram”.