Regulador da UE recomenda vacina contra varíola para prevenção da doença
Monkeypox
22 de jul. de 2022, 12:02
— Lusa/AO Online
Em comunicado, a
EMA informa que o seu comité de medicamentos humanos “recomendou o
alargamento da indicação da vacina contra a varíola Imvanex para incluir
a proteção dos adultos contra a doença da varíola macaco”.Esta vacina foi aprovada na UE em 2013 para a prevenção da varíola, contendo uma forma atenuada de um vírus semelhante.A
conclusão da EMA é que esta foi agora “considerada uma vacina potencial
para a varíola macaco devido à semelhança entre o vírus Monkeypox e o
vírus da varíola”, indica o regulador da UE na nota à imprensa.A
recomendação é baseada em vários estudos com animais que mostraram
proteção contra o vírus da varíola em primatas não humanos, tendo o
comité de medicamentos humanos da EMA verificado que a “eficácia da
Imvanex na prevenção da doença da Monkeypox em humanos poderia ser
inferida a partir destes estudos”.“Para
confirmar a eficácia da vacina contra a varíola do macaco, a empresa
recolherá dados de um estudo observacional que será realizado durante o
surto de Monkeypox em curso na Europa”, assinala o regulador europeu.Para
já, a EMA ressalva que “o perfil de segurança do medicamento é
favorável, com efeitos secundários leves a moderados”, pelo que “os
benefícios do medicamento são maiores do que os riscos”.Portugal
totaliza 588 casos confirmados de infeção pelo vírus Monkeypox, 73 dos
quais notificados na última semana, indicou na quinta-feira a
Direção-Geral da Saúde (DGS), avançando que já se iniciou a vacinação
dos contactos próximos.De acordo com o
relatório semanal da DGS, todas as regiões de Portugal continental e a
Madeira reportaram casos de infeção humana pelo vírus VMPX, mas a grande
maioria do total de casos (80,3%) foi confirmada em Lisboa e Vale do
Tejo.O Norte é a segunda região do país
com mais casos reportados de Monkeypox (55), seguindo-se o Centro
(oito), o Alentejo (cinco), o Algarve (quatro) e a Madeira (três),
refere a informação semanal da autoridade de Saúde.A
presença do vírus VMPX foi detetada em Portugal em 03 de maio, com a
confirmação laboratorial de cinco casos de infeção, e, desde então e até
à última quarta-feira, foram identificados 588 casos.O
diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, manifestou-se
preocupado com o número crescente de infeções, adiantando que já foram
reportados à organização mais de 14 mil casos de 71 países das seis
regiões da OMS.Segundo a DGS, uma pessoa
que esteja doente deixa de estar infecciosa apenas após a cura completa e
a queda de crostas das lesões dermatológicas, período que poderá,
eventualmente, ultrapassar quatro semanas.Os
sintomas mais comuns da doença são febre, dor de cabeça intensa, dores
musculares, dor nas costas, cansaço, aumento dos gânglios linfáticos com
o aparecimento progressivo de erupções que atingem a pele e as mucosas.