Regulador da UE analisa terceira dose de vacina da Pfizer após seis meses
Covid-19
6 de set. de 2021, 14:44
— Lusa/AO Online
“A
EMA começou a avaliar um pedido para a utilização de uma dose de
reforçada da Comirnaty [nome comercial da vacina da Pfizer/BioNTech
contra a covid-19] a ser administrada seis meses após a segunda dose em
pessoas com 16 anos de idade ou mais”, anunciou o regulador da União
Europeia (UE) em comunicado.O objetivo é
que estas doses de reforço sejam “dadas a pessoas vacinadas - ou seja,
pessoas que completaram a sua vacinação primária - para restabelecer a
proteção depois de esta ter diminuído”, acrescenta o organismo, numa
alusão a informação dada pelas farmacêuticas.Caberá
ao comité de medicamentos humanos da EMA realizar “uma avaliação
acelerada dos dados apresentados pela empresa que comercializa a
Comirnaty, incluindo os resultados de um ensaio clínico em curso, no
qual cerca de 300 adultos com sistemas imunitários saudáveis receberam
uma dose de reforço aproximadamente seis meses após a segunda dose”,
refere o comunicado.“O CHMP recomendará se
as atualizações da informação sobre o produto são adequadas”, adianta o
regulador europeu, falando num resultado que será apresentado “dentro
das próximas semanas”.Além desta dose de
reforço, a EMA diz ainda estar a “avaliar dados sobre a utilização de
uma terceira dose adicional de uma vacina - Comirnaty ou SpikeVax [nome
comercial da vacina da farmacêutica Moderna] - em pessoas gravemente
imunodeprimidas, ou seja, com sistemas imunitários enfraquecidos”.“As
pessoas com sistemas imunitários gravemente enfraquecidos que não
atinjam um nível adequado de proteção na sua vacinação primária padrão
podem necessitar de uma dose ‘adicional’ como parte da sua vacinação
primária”, refere ainda o regulador da UE, prometendo que “comunicará
oportunamente sobre o resultado destas avaliações”.A
posição da EMA é segue a já assumida pelo Centro Europeu para Prevenção
e Controlo das Doenças (ECDC), que num relatório divulgado na semana
passada - e coassinado por especialistas da EMA - defendeu não existir
“necessidade urgente” de administrar doses de reforço da vacina contra a
covid-19, dado que os fármacos aprovados na UE são “altamente
protetores” contra doença grave. O
regulador justifica no comunicado hoje divulgado que, “embora a EMA e o
ECDC não considerem urgente a necessidade de doses de reforço de vacinas
anticovid-19 na população em geral, a agência está a avaliar o presente
pedido para garantir a disponibilidade de provas para apoiar doses
adicionais, caso necessário”.E, “enquanto a
EMA avalia os dados relevantes, os Estados-membros podem já considerar
planos preparatórios para a administração de reforços e doses
adicionais”, aconselha ainda o regulador.No
documento divulgado na passada quarta-feira e ao qual a Lusa teve
acesso, o ECDC indicou que “as provas disponíveis neste momento
relativamente à eficácia da vacina no ‘mundo real’ e à duração da
proteção mostram que todas as vacinas autorizadas na UE/EEE [União
Europeia e Espaço Económico Europeu] são atualmente altamente protetoras
contra a hospitalização relacionada com a covid-19, doença grave e
morte”.E, por essa razão, “não há
necessidade urgente de administrar doses de reforço de vacinas a
indivíduos totalmente vacinados na população em geral”, sustentou o
organismo.Ainda assim, o centro europeu
admitiu “a opção de administrar uma dose adicional de vacina a pessoas
que possam ter uma resposta limitada ao ciclo primário de vacinação”,
incluindo “indivíduos imunodeprimidos, por exemplo, recetores de
transplantes”, bem como “indivíduos mais velhos e frágeis”.