Regresso de Leonor Beleza e anúncios de governo marcaram reunião
20 de out. de 2024, 15:59
— Luísa Meireles, da agência Lusa
O congresso, cuja
expectativa esmoreceu depois da promessa de viabilização do orçamento
pelo PS, foi marcado ainda pela demarcação relativamente aos socialistas
– muito evidente na intervenção inicial, no sábado, de Luís Montenegro –
e ausência de novidades quanto aos próximos combates eleitorais, as
autárquicas de 2025 e as presidenciais de 2026.De
permeio, ficou a saber-se que o cabeça de lista da AD nas europeias,
Sebastião Bugalho, e a dirigente associativa Ana Gabriela Cabilhas (que
interveio pelo PSD na cerimónia parlamentar dos 50 anos do 25 de Abril)
se inscreveram no partido pela mão do próprio Montenegro.As
sete medidas hoje anunciadas pelo presidente do partido são relativas
ao ambiente, com projetos de infraestruturas de água, à segurança, dando
mais visibilidade nas ruas a “equipas multiforças”, à violência
doméstica, com mais proteção às vítimas e à reabilitação urbana na Área
Metropolitana de Lisboa, em especial no arco ribeirinho sul e na zona de
Oeiras a Loures. Os temas da educação,
saúde e imigração são o foco das restantes medidas. Na educação, o
destaque foi para o anúncio de novos contratos de associação com o setor
privado e social na área do pré-escolar e a revisão dos programas do
ensino básico e escolar, em especial da disciplina de cidadania, a fim
de a livrar das “amarras ideológicas” e dos “projetos de fação” – a
passagem mais aplaudida do seu discurso.No
domínio da imigração, o primeiro-ministro anunciou a construção de dois
centros de instalação temporária em Lisboa e no Porto para acolher
casos de imigração ilegal ou irregular e o lançamento de um programa de
atração de talento no estrangeiro para empresas e instituições de ensino
superior.Na área da saúde, Luís
Montenegro apresentou uma medida que, segundo ele, abrangerá apenas
cerca de 150 mil portugueses, mas que visa o fornecimento de
medicamentos nas farmácias de proximidade.A
intervenção final de Montenegro marca o início de um novo ciclo
político de um governo que, com aprovação prometida do orçamento para
2025, tem vida garantida para mais ano e meio.Com
este congresso o PSD ganha ainda novas caras no núcleo duro do partido,
consumando-se a separação entre a Comissão Permanente e o Conselho de
Ministros. Pelo congresso de Braga
passaram os antigos presidentes do PSD Pedro Santana Lopes e Luís
Marques Mendes, que continuou sem confirmar a sua candidatura a Belém. Outra
das marcas da reunião magna do PSD foi a unanimidade em torno de
Montenegro, que até teve direito a uma passadeira com fotografias do seu
percurso político desde que é líder do partido e viu a sua moção
estratégica aprovada com 100% dos votos.