"Região não recebeu apoios do Estado em 2020 relativos a estragos do Lorenzo"
Açores/Mau tempo
22 de fev. de 2021, 12:56
— Lusa/AO Online
A garantia é dada pelo
executivo regional (PSD/CDS-PP/PPM), em resposta - que a agência Lusa
consultou esta segunda-feira - a um requerimento entregue no parlamento dos Açores
pelos deputados do PSD, que pretendiam saber se o compromisso assumido
pelo Governo de António Costa, de suportar 85% dos encargos com a
reconstrução dos estragos provocados pelo furacão Lorenzo, foi ou não
cumprido."No ano transato, não foram
transferidos quaisquer montantes pelo Governo da República para a
região, apesar de estar prevista em sede de Orçamento do Estado para
2020, aprovado pela Lei n.º 2/2020, de 31 de março, a transferência de
uma verba até 20 milhões de euros", refere o subsecretário regional da
Presidência, Faria e Castro, em resposta ao requerimento.O
governante adianta ainda que a única transferência efetuada em 2020, no
âmbito dos apoios aos estragos provocados pelo Lorenzo, foi do Fundo de
Solidariedade da União Europeia, no valor de 7,4 milhões de euros.Estes
valores nada têm a ver com aquilo que o anterior Governo Regional (PS)
tinha anunciado, há precisamente um ano, por altura da discussão, na
Assembleia Legislativa dos Açores, de um orçamento retificativo,
exatamente por causa do Lorenzo.Na altura,
o vice-presidente do executivo socialista, Sérgio Ávila, disse que a
República, que já tinha feito uma transferência de 20 milhões de euros
em 2019 no âmbito do Lorenzo, iria fazer uma nova transferência de 25,4
milhões em 2020.Esta é uma divergência de
números que os partidos que agora suportam o Governo Regional
(PSD/CDS/PPM) pretendem ver esclarecida no plenário do parlamento
açoriano, que arranca na terça-feira na cidade da Horta, até porque o PS
defende a criação de um grupo de trabalho exatamente para acompanhar a
reconstrução na região após o furacão.A
passagem do furacão Lorenzo pelos Açores, a 02 de outubro de 2019,
provocou prejuízos de cerca de 330 milhões de euros, de acordo com a
estimativa feita pelo então presidente do Governo Regional, Vasco
Cordeiro, devido a estragos em infraestruturas portuárias, rede viária e
equipamentos públicos, na habitação, nas pescas, na agricultura e no
setor empresarial privado.