Autor: Lusa/AO online
Sobre o sistema instalado num dos principais pontos de atração da ilha de São Miguel, Vasco Cordeiro fez a distinção entre “aquilo que é a utilização dessa tecnologia e desse processo, que tem esse efeito em particular e que é importante (...), mas também medidas estruturais de desvio de afluentes, de aquisição de terrenos e retirada de explorações agrícolas e, no caso das Furnas, de reflorestação".
O líder do executivo açoriano falava durante uma visita à estrutura de ultrassons instalada na Lagoa Verde das Sete Cidades, onde estão instalados três aparelhos, no âmbito da visita de trabalho do Governo Regional à ilha de São Miguel, apontando um investimento de 21 milhões de euros no combate à eutrofização só nas lagoas das Sete Cidades e Furnas.
A eutrofização consiste na presença excessiva de nutrientes, sobretudo fosfatos e nitratos, em massas de água como mares e lagoas, originando o desenvolvimento excessivo de matéria orgânica.
O governante destacou que este projeto começou a ser estudado em 2014, mas foi implementado no local em abril deste ano.
A bióloga Dina Medeiros explicou que “a lagoa verde é uma lagoa que não recebe afluentes directos, (…) é uma lagoa mais fechada com tempo de residência muito maior e tem sido um pouco mais difícil a sua recuperação”.
A especialista esclareceu que é fácil tratar a água para consumo, mas acrescentou que o que se pretende, “nas 88 lagoas inventariadas no plano regional da água, é a recuperação dos ecossistemas, porque isso é que torna a recuperação da qualidade da água difícil”.
O aparelho funciona com painéis solares que alimentam a coluna que emite os ultrassons.
As
ondas emitidas fazem “colapsar as estruturas celulares de espécies de
algas características de águas poluídas e eutrofizadas” e estas acabam
por morrer por não conseguirem “ir ao fundo buscar os nutrientes” e,
"quando morrem, depositam-se no fundo e não formam aquela papa amarela"
que visível na lagoa das Sete Cidades, explicou Dina Medeiros.