Região aperta regras para contactos de casos de Ómicron
17 de dez. de 2021, 10:59
— Paula Gouveia
A Região decidiu estabelecer regras específicas de testagem e isolamento
dos contactos de alto e baixo risco, e de segunda linha, associados a
casos suspeitos da nova variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2, sem
distinção de vacinados e não vacinados.Segundo a circular,
atualizada ontem, sempre que for detetado um caso positivo com suspeita
ou confirmação da nova variante Ómicron, deverão ser rastreados, todos
os contactos de alto e baixo risco associados a este caso, bem como os
contactos de segunda linha. E deve ainda proceder-se à implementação de
medidas de controlo, com o isolamento profilático dos contactos de casos
de infeção pela variante Ómicron ou com história de viagem à África
Austral (África do Sul, Angola, Botswana, Lesoto, Madagáscar, Malawi,
Maurícia, Moçambique, Namíbia, Essuatíni, Zâmbia), nos 14 dias
anteriores, independentemente do estado vacinal, pelo princípio da
precaução em Saúde Pública”.A decisão surge depois de terem sido
detetados três casos da nova variante nos Açores - um na Terceira (na
terça-feira) e dois em São Miguel (ambos na quarta-feira).Como
explica Berto Cabral, diretor regional da Saúde e Autoridade de Saúde
Regional, “mesmo com a vacinação completa a pessoa fica em isolamento
durante 10 dias, fazendo um teste de imediato, outro ao quinto/sexto dia
e ao 10.º dia, ou seja a abordagem é mais restritiva quando se suspeita
de Ómicron”.“Com o tempo e um maior conhecimento científico, é
possível que isto seja alterado, mas tendo em conta a maior
transmissibilidade - sete vezes maior segundo os últimos estudos -
teremos agora estas medidas mais restritivas para tentar conter mais
rapidamente eventuais surtos com esta estirpe”, adiantou.Estas regras já estão a ser aplicadas aos contactos dos três casos suspeitos de Ómicron já detetados nos Açores. De
acordo com Berto Cabral, em dois destes casos a nova variante foi
identificada na sequência de testes feitos por residentes à chegada de
viagens ao exterior da Região, mas no terceiro caso o diagnóstico foi
feito na sequência de teste realizado após sintomatologia, e não está
relacionado com nenhum dos outros dois casos.Note-se que, segundo o
último relatório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge
(INSA), que se reporta a dados referentes ao período de 25 de novembro a
12 de dezembro, (e, portanto, anteriores à deteção de casos nos
Açores), revelam uma “tendência fortemente indicadora da existência de
circulação comunitária”.Casos suspeitos de ÓmicronFoi detetado na quarta-feira à noite um terceiro caso suspeito da nova variante, em São Miguel, testado após sintomas de Covid.