Redução dos voos da Ryanair impactou negócio das empresas turísticas
6 de fev. de 2024, 08:42
— Nuno Martins Neves
A redução do número de lugares da Ryanair impactou o
volume de vendas das empresas do Grupo Oriental, com os empresários a
revelarem uma redução do negócio na ordem dos 46% em janeiro de 2024,
quando comparado com o período homólogo.Esta é uma das conclusões do
inquérito sobre turismo na época baixa, realizado pela Câmara de
Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD) entre os dias 22 e 29 de
janeiro, às empresas das ilhas de São Miguel e de Santa Maria.ACCIPDpretendeu
“ identificar a situação atual das empresas e perspetivas futuras de
acordo com os indicadores da atividade”, tendo recebido respostas
maioritariamente de empresas ligadas ao turismo (alojamento local,
hotelaria e restauração) de quatro concelhos das ilhas: Ponta Delgada,
Vila do Porto, Ribeira Grande e Nordeste.E das respostas recebidas,
68% das empresas aponta a redução do número de lugares oferecidos pela
Ryanair (menos 88 mil lugares, ida e volta, entre Ponta Delgada e Porto e
Lisboa) como um fator impactante no volume de vendas, que agravou-se
nos últimos meses. Se em novembro de 2023, 35% dos empresários
reconheceram uma redução das vendas relativamente a novembro de 2022,
esse valor cresceu para 46% em janeiro de 2024 face ao período homólogo,
“o que denota um acréscimo relevante no número de empresas com um
volume de negócios pior”, atesta o documento da CCIPD.Quanto às
reservas, mais de 62% das empresas diz ter menos do que em janeiro de
2023, enquanto 67% das respostas apontam no sentido das ações de
promoção do destino “não têm sido adequadas e com a intensidade
necessária para as necessidades de procura do destino Açores no Inverno
IATA 2023/24”.Quanto às preocupações dos empresários, as
acessibilidades aéreas e a procura insuficiente surgem como as dores de
cabeça mais frequentes (42%), seguida da rentabilidade (10%).Por
último, há otimismo quanto à evolução do preço médio de venda ao longo
dos próximos três meses, passando de 21% em fevereiro para mais do dobro
(43%) em abril.