Redução do endividamento no Orçamento dos Açores deveu-se também a “ambiente” político
3 de nov. de 2021, 15:01
— Lusa/AO Online
Segundo
Bastos e Silva, que falava aos jornalistas em Ponta Delgada, à
margem do 35º. aniversário da secção regional do Tribunal de Contas, a
redução do endividamento entre a anteproposta e a proposta do Orçamento
entregue na Assembleia Regional deveu-se a “três ordens de razões”.O
governante reconheceu que a redução do endividamento foi motivada pelos
“pareceres recebidos” pelo executivo e pela “sensibilidade” que o
Governo dos Açores, de coligação PSD/CDS-PP/PPM, tem para com o
“ambiente regional e os parceiros sociais”.Entre
as razões está também a “alteração que houve com a não aprovação do
Orçamento do Estado”, que foi chumbado na Assembleia da República a 27
de outubro.Outro dos motivos foi a
“reunião” entre o executivo e a Direção Geral da Concorrência da
Comissão Europeia (DG-Comp), realizada na “semana passada”, a propósito
do Plano de Reestruturação da transportadora aérea SATA.Na
terça-feira, aquando da entrega do Orçamento para 2022 na sede do
parlamento açoriano, na Horta, o subsecretário da Presidência, Faria e
Castro, afirmou que a versão final do documento contempla uma redução
superior a 42% no endividamento.De acordo
com Faria e Castro, a redução decorre, também, do atraso no processo de
reestruturação da SATA, para o qual estavam reservados, na anteproposta,
cerca de 130 milhões de euros, um valor que será corrigido, mas que o
governante não soube esclarecer em que montante.A
diminuição do endividamento foi uma das exigências feitas a 26 de
outubro pelo deputado Nuno Barata, da IL (que suporta o executivo no
parlamento), que disse votar contra o documento se o executivo açoriano
não reduzisse aqueles valores.Bastos e
Silva não quis avançar com explicações sobre o montante destinado à SATA
no documento, remetendo explicações para a audição de sexta-feira na
Assembleia Legislativa Regional.“O
'timing' do Plano de Reestruturação não é do Governo Regional. É da
DG-Comp e nós tivemos recentemente uma reunião e receberemos também em
breve uma decisão da Comissão Europeia. Não me posso antecipar a nada.
Vamos aguardar”, apontou.O governante
avançou que o “dossiê SATA” vai ter “desenvolvimentos no próximo ano”,
mas salientou que as “coisas têm sido todas feitas com racionalidade”,
porque os atos realizados na companhia “são precedidos de consultas” à
Comissão Europeia.“O próprio presidente do
Governo [Regional] convocou os líderes dos partidos para agora no
início de novembro prestar novos esclarecimentos relativamente à própria
situação da SATA e à própria melhoria dos seus resultados no segundo
semestre” do ano, revelou.O secretário das
Finanças realçou que o executivo açoriano “está sempre disposto” a
“introduzir retificações” no Orçamento, mas alertou para a necessidade
de “prudência”.“O quadro em que tudo isto,
o Plano e o Orçamento, estão inseridos não é um quadro com infinitos
graus de liberdade. Nós temos restrições óbvias relativamente à situação
da região e à sua capacidade de financiamento e até à sua prudência
relativamente ao futuro”, afirmou.Segundo
disse, o Governo Regional “nunca entra” para a discussão do Orçamento
com “excessos de rigidez”: “Vamos com a flexibilidade dentro das
possibilidades que nós temos”, concluiu.A
proposta de Orçamento dos Açores para 2022, de cerca de dois mil milhões
de euros, vai ser discutida e votada este mês na Assembleia Regional.