Rede Portuguesa de Envelhecimento Ativo e Saudável entrega Plano de Ação ao Governo
12 de jul. de 2021, 11:33
— Lusa/AO Online
O conjunto de medidas propostas pelos quatro centros de referência do envelhecimento ativo e saudável do país (Porto4Ageing, Ageing@Coimbra,
Lisboa AHA e Algarve Active Ageing) que vão integrar a RePEnSA, rede
que será formalizada também hoje, visa aumentar o número de anos com
qualidade de vida da população portuguesa. Uma
das propostas, expõe à Lusa o presidente do Algarve Biomedical Center,
que integra o Algarve Active Ageing (centro de referência do Algarve),
Nuno Marques, chama-se “Casa + Adaptada” e parte do princípio de que “é
necessário ver as condições de habitação dos idosos para estas serem
adaptadas à necessidade de cada um” de modo a “promover a sua
autonomia”.Este
trabalho, defende, tem de ser feito de forma articulada, envolvendo
atores locais, nomeadamente os “municípios e freguesias”.Também
os Serviços de apoio à Longevidade e à Vida Autónoma - SALVA, pretendem
proporcionar uma maior qualidade de vida dos idosos e autonomia no seu
próprio ambiente.Estes
serviços de apoio domiciliário devem “ser feitos por equipas
multidisciplinares - técnicos de terapia ocupacional, fisioterapeutas,
nutricionistas, psicólogos, enfermeiros e outros profissionais - no
terreno para fazer planos individuais” para a prestação de cuidados
diferenciados e para a manutenção da autonomia dos utentes, frisa Nuno
Marques.Outra
proposta do Plano de Ação é a implementação do programa
“Empreendedorismo Sénior” que quer apoiar a ideação, projeção,
planeamento e execução de pequenos negócios para cidadãos com mais de 60
anos de idade através da sua capacitação.“Este
programa pretende desenvolver a “economia grisalha” que vai ter um
grande impacto económico nos próximos anos”, afirma Nuno Marques.E
porque “as pessoas ao longo da sua vida vão perdendo algumas
capacidades e necessitam de ter os seus locais de emprego adaptados para
se conseguir maximizar a sua capacidade produtiva”, a RePEnSA quer
apoiar esta transição gradual junto das empresas.Esta
transição, que Nuno Marques diz que também beneficiará os empregadores,
implicaria “uma diminuição da carga horária ao longo do tempo” de
serviço enquanto se aproveitariam “os conhecimentos” de quem já tem
muita experiência.Os
centros de referência da RePEnSA têm como objetivo “preparar a
população para o envelhecimento”, bem como ajudar os mais velhos “a ter
maior qualidade de vida” e “promover a sua autonomia”, através de
trabalho de intervenção junto da comunidade e de parceiros como as
Instituições Privadas de Solidariedade Social (IPSS), a Comissão de
Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) e os municípios.Helena
Canhão, Coordenadora do Lisbon Active Healthy Ageing (AHA) e professora
da Universidade Nova de Lisboa, um dos parceiros deste centro de
referência, lembra, em declarações enviadas à Lusa, que "os Centros de
referência do European Innovation Partnership on Active and Healthy
Ageing são uma iniciativa da Comissão Europeia e visam oferecer soluções
criativas e viáveis que melhorem a vida e a saúde dos idosos e de toda a
comunidade".“A
RePEnSA assume a missiva da responsabilidade que a Academia tem,
perante a população, de propor um plano de ação independente, centrado
nas necessidades da população atual, mas preparando igualmente para o
que será a nova geração de idosos. Tem ainda em conta o aumento muito
significativo da proporção de população idosa face ao grupos etários
mais jovens, nomeadamente os em idade ativa, promovendo soluções que
garantam a sustentabilidade do SNS e das estruturas de apoio social, sem
colocar em causa o dever cívico e ético do acesso dos mais jovens a uma
das maiores conquistas da constituição portuguesa: o direito à proteção
social, seja ela por motivos de doença ou diminuição da capacidade de
trabalho, viuvez e orfandade, desemprego ou outras situações de
diminuição da capacidade de subsistência”, refere a coordenadora do AHA.