Recuperação económica dos Açores condicionada pela Covid-19
16 de jan. de 2023, 12:53
— Lusa/AO Online
Segundo o documento "Evolução Orçamental das
Regiões Autónomas em 2021", embora em 2021 o défice dos Açores tenha
caído 0,3 pontos percentuais face a 2020, fixando-se nos 8,7% do PIBR
(PIB da Região), sem o impacto das medidas para fazer face à covid-19,
“que continuaram a penalizar o saldo orçamental” e o apoio financeiro à
companhia aérea SATA, “o défice ter-se-ia situado em 3,4% do PIBR”,
frisou o CFP. Por outro lado, registou-se
mais um agravamento do rácio da dívida pública nos Açores em 2021 –
indicador que “há mais de uma década apresenta uma trajetória
ascendente” – atingindo 60,7% do PIBR. “A
dívida global elevou-se para 2.636 milhões de euros (59,6% do PIBR), em
termos absolutos, refletindo sobretudo a continuidade do recurso a
empréstimos para financiamento de medidas de resposta à covid-19”,
enfatizou o Conselho das Finanças Públicas. Na
Madeira, em contraste com o sucedido nos Açores, o rácio da dívida
pública em 2021 “retomou a trajetória descendente (…) iniciada em 2016”,
situando-se em 103,7%, uma redução de 11,2 pontos percentuais face a
2020. Esta redução, segundo o CFP, “ficou a
dever-se em grande parte a um crescimento nominal do PIB da Região
acima do custo implícito da dívida, o designado efeito dinâmico, o qual
contribuiu para recuperar quase metade (47%) do agravamento que este
indicador registara no ano de eclosão da crise pandémica” de covid-19. Já
o défice da Região Autónoma da Madeira situou-se, em 2021, em 4,4% do
PIBR, registando um aumento de 1,5 pontos percentuais face a 2020
(2,9%). “Este agravamento deveu-se
inteiramente à deterioração do saldo primário (1,8 pontos percentuais do
PIBR), refletindo o impacto das medidas de resposta à covid-19 em 5,5%
do PIBR em 2021, superior em 2,3 pontos percentuais do PIBR ao registado
em 2020”, notou o Conselho das Finanças Públicas. Ainda
de acordo com o CFP, sem o impacto das medidas de emergência para fazer
face à pandemia, o saldo orçamental da Madeira resultaria num excedente
de 1,1% do PIBR em 2021, “acima do alcançado em 2019 (0,8% do PIBR)” e
“superior em 0,8 pontos percentuais” aos 0,3% do PIBR de 2020 “quando
ajustado do impacto daquelas medidas para esse ano”.