Reconstruções acima de 25 mil euros devem ser integradas em empreitadas
29 de out. de 2017, 21:51
— Lusa/AO Online
As reconstruções com maiores custos (acima de 25 mil euros) vão ser
integradas em empreitadas - provavelmente ao nível das comunidades
intermunicipais - por razões de "eficiência", afirmou hoje o ministro do
Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, sublinhando que esta
opção prevista no modelo de reconstrução depende da vontade das
famílias. Exemplificando, o membro do executivo adiantou que, na região centro, poderão ser criadas "cinco ou seis empreitadas".Esta
opção é justificada por "razões de coordenação e execução" das
empreitadas, visto que estão em causa centenas de casas que necessitam
de reconstrução, disse Pedro Marques, que falava durante a apresentação
do modelo de reconstrução das casas afetadas pelos incêndios que
deflagraram em 15 de outubro, que decorreu na Câmara Municipal da
Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra."Vamos integrar estas
empreitadas e vamos dar-lhe escala", frisou, considerando que isto
poderá ser vantajoso, face à experiência de Pedrógão Grande onde as
empresas com maior escala conseguiram andar "sempre mais depressa" no
processo de reconstrução.No entanto, sublinhou, estas empresas
têm recorrido sempre à subcontratação de empreiteiros locais, algo que o
Governo também quer ver aplicado na reconstrução das casas afetadas
pelos incêndios mais recentes. "Daqui a alguns meses, temos que
ter muitas obras a acontecer e temos que ter as pequenas obras prontas
rapidamente. É isso que precisamos e, para isso, precisamos dos
municípios, mas também precisamos desta escala para concretizar o modelo
de reconstrução mais profunda das casas que estão mais afetadas", disse
o ministro.Já nas obras mais simples (até cinco mil euros), como
a reparação de um telhado, janelas ou paredes, apenas é necessário o
testemunho de consulta num empreiteiro, fotografia do antes e depois e
uma fatura, em intervenções que serão de responsabilidade municipal,
explicou.Nas obras entre cinco e 25 mil euros, o processo é
também entregue aos municípios que vão contar com a parceria do ponto de
vista técnico das comissões de coordenação e desenvolvimento regional,
referiu.Durante a apresentação, Pedro Marques sublinhou que se
quer um processo simplificado de licenciamento e isenções de taxas, por
forma a agilizar a reconstrução das casas afetadas.Na região
centro e norte, referiu, há quase 870 casas de primeira habitação
afetadas pelos incêndios, segundo o levantamento provisório."Não
vamos sobrecarregar as autarquias com a responsabilidade financeira",
frisou, durante a apresentação do modelo, que contou também com a
participação do primeiro-ministro, António Costa.